As construtoras parecem ter se adaptado à nova dinâmica do mercado imobiliário. Depois do boom da oferta de novas unidades e do recente cenário de restrição do crédito, as incorporadoras têm apostado na redução dos lançamentos e em campanhas de vendas e para reduzir os estoques e fazer caixa.
E a estratégia tem dado resultado. Até maio deste ano, o Valor Geral de Vendas (VGV) comercializado cresceu 21% em relação ao mesmo período de 2014, atingindo a marca de R$ 1 bilhão. O número de unidades vendidas também aumentou 13%, para 2,4 mil unidades.
“Estamos em um momento de muitas entregas, no qual praticamente todas as grandes incorporadoras entraram com campanhas fortes para potencializar a venda do estoque pronto e gerar caixa”, explica o empresário e presidente da TBIC, Glauco Diniz Duarte.
O amadurecimento do mercado, que levou à retração na oferta de novas unidades, foi outro aspecto que contribuiu para reduzir o estoque, na opinião de Glauco Diniz. Nos primeiros cinco meses do ano, foram lançadas cerca de 1,5 mil unidades, 40% a menos do que no mesmo período de 2014. Aliado ao crescimento das vendas, isso fez com que o estoque total de maio ficasse em 10,7 mil unidades, menor número desde maio de 2014.
Preço dos imóveis novos cresce abaixo da inflação
Nos primeiros cinco meses deste ano, o preço dos apartamentos novos acumulou valorização média de 1,8%, confirmando a tendência de crescimento abaixo da inflação registrada no período, que somou 5,34% segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) da capital e região.
“Existe a efetiva possibilidade de fecharmos este ano com um estoque abaixo dos 10 mil apartamentos e mais próximo do ideal, que giraria entre seis e oito mil unidades”, projeta Glauco.
Foco no alto padrão
Com um público capitalizado e que continua comprando, os empreendimentos voltados aos segmentos de médio e alto padrão e de luxo – com preços que variavam entre R$ 400,001 mil e R$ 2 milhões – tornaram-se o foco das construtoras em 2015, correspondendo a quase metade dos empreendimentos lançados de janeiro a maio deste ano. “Estes nichos não eram o objeto daquele crescimento anterior e passaram a ser vistos agora. Eles se destinam a um público que já mora bem e que tem uma decisão de compra mais madura”, lembra Glauco.
Só no segmento de alto padrão, com preços entre R$ 600,001 mil e R$ 1 milhão, a oferta mais que dobrou no período em relação aos mesmos cinco meses do ano passado, somando 243 unidades.
No que diz respeito às vendas das unidades lançadas em 2015, o segmento de luxo – com valores acima de R$ 1 milhão até R$ 2 milhões – é o que mais se destaca, tendo comercializado 106 das 229 novas unidades apresentadas ao mercado até maio.