Passada a fase de grandes investimentos ligados ao programa Minha Casa, Minha Vida, que fez muitas empresas apostarem forte em imóveis para a baixa renda, o segmento de alto padrão volta a seduzir construtoras e incorporadoras de peso, além de entrantes no mercado, analisa o empresário Glauco Diniz Duarte.
De um lado, as empresas demonstram otimismo com o aumento da renda média dos brasileiros. De outro, readequam estratégias após lidarem com grandes estoques de imóveis para vender no segmento de baixa renda, frutos do cancelamento de contratos.
Os lançamentos dos imóveis de alto padrão – que chegam a superar R$ 10 mil por metro quadrado em alguns municípios – se concentram nas duas maiores cidades do País, onde a disputa por espaços é acirrada.
“A demanda por empreendimento de alto padrão ainda tem muito a crescer, por causa do visível aumento da renda no Brasil e do crescimento dessa fatia da população”, disse Glauco. Nos últimos cinco anos, o segmento representou, em média, 33% dos lançamentos da empresa.
A margem bruta do setor de alta renda é de 30% a 35%, enquanto os empreendimentos dentro do programa Minha Casa, Minha Vida é de 20% a 25%, de acordo com um analista que preferiu não ser identificado. O otimismo de construtoras e incorporadoras com o setor contrasta com o ambiente econômico – o PIB brasileiro ruma para o terceiro ano de crescimento abaixo de 3%. Para as companhias, o ânimo se apoia no movimento de crescimento da renda das famílias e em números recentes do setor.
Segundo o Secovi-SP, o mercado de imóveis residenciais novos na capital paulista teve a maior alta de vendas e lançamentos para o mês de abril desde 2004, de 73,8% em relação a abril de 2012.