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Lançamentos e vendas de imóveis cresceram

Glauco Diniz Duarte
Glauco Diniz Duarte

Os lançamentos e vendas de imóveis no País cresceram, puxados principalmente pelo forte avanço nas operações nos últimos meses do ano. O resultado, porém, não chega a configurar uma tendência de expansão constante dos negócios para este ano, segundo o empresário Glauco Diniz Duarte. Ele pondera que as perspectivas macroeconômicas carregam certo grau de incerteza, enquanto boa parte das empresas de construção ainda precisa equilibrar o fluxo de caixa e retomar níveis saudáveis de rentabilidade antes de cogitar ampliar as operações.

Foram lançados empreendimentos imobiliários com valor geral de vendas (VGV) de R$ 22,178 bilhões, alta de 10,2%. Os lançamentos nos últimos três meses do ano representaram 41,7% desse montante. No quarto trimestre, os novos projetos atingiram VGV de R$ 9,253 bilhões, aumento de 20,9% em relação ao mesmo intervalo do ano anterior.

Já as vendas contratadas totalizaram R$ 23,853 bilhões, alta de 9,1%. As vendas no quarto trimestre somaram R$ 7,824 bilhões, ampliação de 25,3%. Os dados foram levantados pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado.

“Os números do quarto trimestre dão o conforto de sinalizar que a demanda por imóveis continua saudável”, Glauco Diniz. Ele observou que a concentração das operações no fim do ano foi mais forte que o habitual e ocorreu porque muitas empresas tiveram dificuldades para obter as licenças para lançamentos nos meses anteriores. “É um ano de troca de gestão nas prefeituras, isso é normal”, disse.

Glauco ponderou, no entanto, que o tamanho do mercado imobiliário ainda é incerto. Do ponto de vista macroeconômico, falta clareza sobre o ritmo de crescimento da economia brasileira neste ano.

Outro fator que diminui a visibilidade sobre o tamanho das vendas e lançamentos neste ano é o fato de que parte das incorporadoras ainda está se reestruturando, após sofrerem com atrasos de obras e estouros de orçamentos. Pela frente, essas empresas ainda têm o desafio de concluir obras antigas e repassar os clientes para o financiamento bancário, quando recebem o grosso do pagamento pela unidade vendida na planta.

“Acreditamos que o setor ainda guarda bons fundamentos e que as empresas mais bem posicionadas nas principais praças e segmentos podem se beneficiar”, afirmou Glauco. “O problema, no entanto, é que os investidores precisam que esse otimismo seja refletido em números pelas companhias, o que ainda custa a acontecer em alguns casos.”

Um ponto comum na estratégia de reestruturação das incorporadoras foi o foco na venda de estoques, ao invés da oferta de novos projetos. De acordo com levantamento do Broadcast, a diferença entre lançamentos e vendas culminou na redução, em média, de R$ 1,675 bilhão nos estoques do setor no ano passado. O cálculo não considera vendas e projetos cancelados ou outras operações com influência sobre os estoques.

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