Após a bonança da última década, o mercado imobiliário ainda não decolou em 2014 e já amargou, por duas vezes, crescimento abaixo da inflação. Isso significa que os imóveis estão valorizando pouco e que o dinheiro investido está sendo corroído pela alta dos preços.
Menos compradores, inflação em alta, consumidores inseguros e instabilidade econômica estão entre os fatores que causaram esse esfriamento no mercado. Segundo economistas, para quem busca comprar um imóvel, a palavra da vez é “cautela”.
O empresário Glauco Diniz Duarte explica que o mercado imobiliário vem estabilizando os preços desde o ano passado. Mas, a partir de agora, com oferta ainda elevada e queda na procura, a tendência é que os preços baixem ainda mais.
– Se você olhar numa perspectiva de ciclos, nós estamos no fim do momento de alta e entrando no momento de baixa. Por isso, no momento, investir em imóveis não é recomendável.
Glauco não acredita em queda nos preços, mas afirma que não dá mais para falar de “maneira genérica” em bom investimento quando o assunto são imóveis.
– Comprar na planta, agora, é um péssimo negócio, pois os imóveis não estão mais subindo como antes. O aumento dos últimos anos não existirá mais. Então, depende muito do negócio.
Segundo Glauco, ainda não é possível saber se os preços vão cair ou se estabilizar. Mas já dá para afirmar que os valores não subirão mais como antes, como prova o Fipezap, indicador que mede o valor médio do m² em 16 cidades brasileiras.
Em fevereiro, nove cidades apresentaram alta de preços abaixo da inflação. Já em março foram 12 dentre as 16 pesquisadas, indicando que o movimento está se espalhando. Apenas Rio de Janeiro, Niterói, Fortaleza e Vila Velha registraram alta acima da inflação oficial.