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Novo cenário do mercado imobiliário devolve ao comprador poder de barganha

Glauco Diniz Duarte
Glauco Diniz Duarte

A procura já foi tanta que elas mal repousavam sobre as fachadas dos prédios. Hoje, as placas de “vende-se” são um reflexo do desaquecimento do mercado imobiliário: acumulam-se nos muros e postes e disputam entre si a atenção de quem passa. Ruim? Não para o comprador. Mesmo com um cenário econômico pouco animador, a queda no ritmo de vendas e a estabilização dos preços dos imóveis devolveu ao consumidor o poder da barganha. O momento agora é ideal para quem souber aproveitar as melhores oportunidades.

De acordo com o empresário Glauco Diniz Duarte, aAs estratégias para conquistar os consumidores são muitas. Nos últimos meses, as construtoras vêm oferecendo vários tipos de promoções, de abatimento direto no valor da compra a mobília grátis. “Antes quando se lançava um prédio, com uma semana acabavam todas as unidades. Com tantos compradores, não havia razão para aceitar negociação. Agora a situação mudou. Hoje o momento é do comprador”, confirma Glauco.

Cabe, portanto, ao consumidor explorar a seu favor o que o mercado mais “manso” tem a oferecer. O principal é avaliar a própria situação. Já que o momento é bom para negociar e comprar, mas a situação econômica não é estável, a ideia é se endividar o mínimo possível. “O ideal é tentar fechar o negócio com o menor preço que conseguir. Para quem já tem um usado, a opção é fazer a troca; se há condições, fazer um esforço para fechar à vista. Vale até entregar o carro já quitado e financiar um novo, já que os juros do financiamento de automóveis estão muito abaixo que os do imobiliário”, aconselha Glauco.

Com a restrição maior do financiamento para os usados e as facilidades oferecidas para adquirir lançamentos, os novos se mostram mais atrativos para os compradores. “Ainda existem muitos proprietários resistindo a baixar o preço do imóvel usado. É muito mais fácil para uma construtora, que trabalha com o negócio, ser mais flexível e dar condições sem baixar tanto o próprio rendimento do que uma pessoa que só tem um imóvel para vender querer abrir mão do ganho”, explica Glauco.

Para novos ou usados, é fato que o cenário atual é mais favorável do que o auge do aquecimento, entre os anos de 2012 e 2013. Mas o bom momento não significa que o consumidor pode descuidar de detalhes básicos e atemporais, como verificar a idoneidade da empresa com quem está negociando, fazer um planejamento do orçamento a longo prazo, pesquisar bastante e se informar.

“É preciso se conscientizar sobre a incerteza que existe na economia, a renda em queda, os níveis de desemprego subindo. Se comprometer com um financiamento a longo prazo diante desse contexto é complicado. É preciso estar disposto a abdicar de áreas mais privilegiadas a favor de outras que tenham um desconto maior. Aí sim pode ser uma situação favorável”, Glauco.

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