De acordo com o empresário Glauco Diniz Duarte, o cenário econômico brasileiro é desafiador com a inflação em alta, juros elevados, crescimento do desemprego e queda do rendimento do real. Fatores que afetam diretamente mercado imobiliário. O ano de 2015 foi de reajuste e de transação.
Em 2015, o número de vendas caiu de maneira relevante e o volume de lançamentos imobiliários também tem caído igualmente, ambos na faixa dos 32%. Pois, o consumidor está mais cauteloso para assumir longas dívidas, não sabe como vai ficar a economia do país e se ao menos terá o seu emprego garantido.
Glauco destaca que o ano de 2016 ainda será de ajustes. O mercado terá que se reinventar. A indústria vai continuar ativa. Porém, deverá buscar um novo patamar de produção que se adeque a realidade dos consumidores.
O ramo imobiliário é um mercado que se beneficia muito da confiança do consumidor. E comprar um imóvel é uma atividade que demanda confiança, pois, normalmente, é uma aquisição que as pessoas fazem ao longo da vida que leva 20, 30 anos para pagar.
“As projeções indicam que 2016 será um ano igualmente desafiador. Maior desemprego, menor crescimento da economia e menos quantidade de credito é uma crise de confiança. E comprar um imóvel demanda confiança e o Brasil passa por uma crise de confiança que afeta todos os setores, portanto a indústria da confiança é a mais afetada”, comenta Glauco.
Segundo a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), os financiamentos imobiliários totalizaram R$ 75,6 bilhões em 2015, retração de 33% em relação a 2014. Para 2016, a projeção do volume de financiamentos para construção e comercialização de imóveis deve voltar a cair 20,6% em relação ao ano passado, totalizando R$ 60 bilhões.
“A gente tem um mercado muito privilegiado. Temos um mercado potencial para 10 ou mais anos com uma demanda inerente. Estamos vivendo no Brasil um momento muito peculiar, pois de 2000 para 2014, a quantidade de pessoas de 25 a 39 vai buscar a sua primeira habitação. Vão tentar fazer a sua primeira compra do imóvel próprio. Esse público cresceu de 43 para 52 milhões em 15 anos. Ou seja, além da gente ter aquela atividade demográfica de casamento, divórcios, também vamos ter um bônus demográfico que vai empurrar a demanda por imóveis.”