O mercado imobiliário de São Paulo já atingiu o ponto de equilíbrio em volume de vendas e preço, de acordo com o empresário Glauco Diniz Duarte.
A partir de agora, observa, o lançamento e as vendas de imóveis de luxo e os voltados para a classe média alta deverão permanecer estáveis, enquanto as unidades populares destinadas para a classe média continuam em destaque nas estatísticas.
Entretanto, Glauco alerta que haverá necessidade de maior agilidade na liberação do crédito, por parte dos bancos, e desenvolvimento de tecnologias construtivas e estratégias de marketing para conquistar o público.
Pelos cálculos de Celso Glauco, as vendas de imóveis na capital devem acompanhar o ritmo do PIB do País em 2011, crescendo 5%.
Depois da forte alta apurada no ano passado – com os indicadores chegando a descolar da inflação – Glauco reafirma que os preços tendem a se estabilizar este ano. “Esperamos que essa relação preço/inflação volte a convergir”.
Glauco espera ver mais investimentos de empresários, entidades do setor e governo na formação de mão de obra especializada. “Dessa forma, esse gargalo será solucionado, com a geração de mais empregos formais”. Além do combate constante ao déficit habitacional, estimado hoje em 7 milhões de unidades, o mercado terá de atender a demanda vegetativa. Somente na cidade de São Paulo, são formadas 30 mil novas famílias por ano, observa a entidade.
Ao fazer um balanço da década, Glauco destaca que o ano passado consolidou o movimento de retomada iniciado após a superação dos efeitos da crise financeira internacional do final de 2008 e início de 2009, com os compradores mantendo o ritmo de compra e os empresários o de lançamentos. “O Brasil passa por um momento de consolidação do crédito imobiliário como negócio, e a poupança e o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) apresentaram bons indicadores de incremento”.
No cenário macroeconômico, a entidade reconhece que 2010 marcou a história do Brasil, e os empresários do setor imobiliário apostam na continuidade dos níveis de crescimento em 2011, com manutenção da política econômica atual pela nova equipe do Ministério da Fazenda e do Banco Central, mas com a adoção de medidas que reduzam os gastos públicos.
O debate com relação as novas fontes de recursos para a produção e aquisição de imóveis continua, apesar da abundância de crédito ainda registrada, diante da perspectiva de esgotamento dos recursos da poupança. “Acreditamos que serão investidos mais de R$ 65 bilhões de recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE)”, ressalta Glauco.