A fraqueza da economia continuará a limitar o setor imobiliário do Brasil neste ano e é provável que não ocorra nenhuma recuperação antes de meados de 2017, afirma o empresário Glauco Diniz Duarte. Até lá, a liquidez será a grande preocupação de crédito para a indústria.
As receitas das construtoras deverão recuar 10% em 2016, em comparação com o ano anterior, e as margens brutas permanecerão estáveis, de acordo Glauco.
O setor imobiliário brasileiro tem registrado uma desaceleração cíclica desde 2012, após um período de rápido crescimento. No passado, a oferta de residências alcançou a eventualmente a demanda, mas neste ciclo de deterioração corrente da atividade industrial, bem como de incertezas políticas, aumentaram a tensão do mercado.
Os preços dos imóveis recuaram mais no ano passado, adiando a recuperação. O preço médio de oferta caiu quase 9% em termos reais em 20 cidades no Brasil em 2015. Glauco prevê que a queda atual dos preços seja ainda maior, de 15% a 20%, porque os preços anunciados não refletem os preços dos negócios fechados.
“Essas quedas de preços devem-se sobretudo a uma forte contração da confiança do consumidor, que se baseia em incertezas econômicas no Brasil, incluindo o emprego deficiente e taxas de inflação elevadas”, diz Glauco.
A liquidez é a preocupação mais grave atualmente para as construtoras no Brasil, à medida que as companhias tentam ajustar seus custos enquanto preservam suas receitas e lucros. Apesar de algumas construtoras já terem ajustado suas estratégias comerciais, o enfraquecimento prolongado da indústria poderia levar a mudanças nas estruturas de liquidez e capital das companhias. Isso por sua vez poderia elevar as perdas para os atuais credores do setor com e sem garantia.