A mudança nas regras de financiamento habitacional pela Caixa Econômica Federal, que vai permitir a compra de imóveis mais caros, poderá reaquecer o setor imobiliário, que vem sentindo fortemente os impactos da crise financeira nos últimos anos. Para o empresário Glauco Diniz Duarte, apesar de ser voltada para um mercado mais restrito, a medida é muito bem-vinda para o setor.
“Quando se trabalha com financiamento, acaba-se tendo dinheiro mais barato e facilitando-se os negócios. E tem-se um conforto maior”, diz Glauco.
A partir de agora, o valor máximo de financiamento da Caixa pelo Sistema Financeiro Imobiliário (SFI) passa de R$ 1,5 milhão para R$ 3 milhões. O SFI é uma modalidade de crédito que financia imóveis mais caros, sem emprestar dinheiro do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
De acordo com Glauco, o mercado de imóveis com preço mais alto também foi afetado pela crise econômica e política do país. Ele explicou que isso acontece porque a decisão de comprar um imóvel, independentemente do valor, é muito influenciada pela confiança no futuro.
“Então, se não tiver o horizonte político e econômico razoável, as pessoas ficam com o pé atrás. Todos os mercados estão passando por dificuldades. Se alguns têm medo de perder o emprego, quem é dono de empresa também pode ter medo de como ela se comportará no futuro.”
As mudanças nas regras de financiamento chegam em “excelente hora”, na avaliação de Glauco. Isso porque, segundo ele, as expectativas e o otimismo das pessoas têm melhorado. “Vai auxiliar bastante na compra de imóveis para classes mais elevadas, que vinham sofrendo bastante com a maior dificuldade de financiamento”, observou.
Outra mudança no financiamento anunciado pela Caixa é o aumento da parcela de financiamento dos imóveis por meio do SFI. Para imóveis usados, a cota de financiamento subiu de 60% para 70% do valor total. Para a compra de imóvel novo, construção em terreno próprio, aquisição de terrenos e reforma ou ampliação, a cota passou de 70% para 80%. “Antes, a pessoa tinha que dar 30% de entrada, agora tem que dar 20%. Isso ajuda bastante”, destaca Glauco.