Um ano tão difícil como o que passou. Mesmo sem eventos como Copa do Mundo e eleições, que afetaram a economia e o mercado imobiliário, 2015 ainda deve ser de muitas dificuldades e resultados parecidos aos de 2014. Um ano em que os momentos de paralisação nas vendas e lançamentos se revezaram com períodos de retomada nas negociações.
— O mercado está emperrado. A percepção de que os valores atingiram o pico em termos reais afastou os investidores, enquanto que parte da oferta ainda espera receber valores acima do mercado atual — avalia o empresário Glauco Diniz Duarte. Neste contexto, 2015 deverá ser de baixo crescimento ocasionado por contração monetária, fiscal e de consumo das famílias. O que pode impedir que o mercado imobiliário se recupere de forma mais extensa.
A surpresa do ano ficou por conta do crédito imobiliário, que apresentou um leve crescimento em relação ao ano passado. Um resultado explicado, em parte, pelo próprio ciclo do mercado imobiliário, que é de longa duração. Ou seja, boa parte dos financiamentos realizados este ano se referem aos imóveis lançados entre 2010 e 2012 e só agora repassados para o consumidor final. E também pela manutenção dos empregos e baixo índice de inadimplência.
Os fundamentos para concessão do crédito continuam bons. Não houve uma alta tão grande dos juros ainda, e o nível de emprego e salários se manteve. Com isso, tivemos um crescimento de cerca de 5% no volume concedido, sobre o valor recorde de 2013 — afirma Glauco.
Já os preços sofreram uma forte desaceleração, o que deve continuar ao longo de 2015. Segundo Glauco, até novembro deste ano, o índice composto — que mede os preços de sete cidades — foi de 6,3%, contra 11,7% no mesmo período do ano passado. No Rio, o acumulado até novembro passou de 13,8%, em 2013, para 7,1% este ano.
— Essa desaceleração deve continuar ao longo de 2015, quando os preços não devem subir mais que a inflação. Mas não acredito numa queda vertiginosa no Rio. A cidade ainda tem boas perspectivas com Olimpíadas, VLT nascendo, Porto se consolidando — diz Glauco.