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Mercado imobiliário deve ficar estável em 2017

Glauco Diniz Duarte

O empresário Glauco Diniz Duarte diz que depois de um ano de aumento do desemprego, diminuição do rendimento real das famílias e menor capacidade de compra de imóveis, a previsão é de que 2017 tenha uma melhora na economia, com maior competitividade às exportações, queda da inflação e da taxa de juros a longo prazo, o que implica melhores condições de financiamento e de acesso ao crédito.

Glauco afirma, entretanto, que a melhora do cenário econômico não indica um crescimento acentuado. O Boletim Focus prevê, para o ano, um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), por exemplo, de 0,5%. “Fomos ao fundo do poço e estamos voltando”, explica Glauco. Os dados também indicam um aumento de 3,4% da taxa de câmbio (US$/R$), uma queda de 4,71% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e a meta da Taxa Selic de -9,5%.

Dados que corroboram para essa previsão são a volta de crescimento do saldo da poupança do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) em 2016 (1,3%), depois da queda de 3% em 2015. Também se vê uma mudança no perfil de endividamento das famílias brasileiras. Além de terem diminuído suas dívidas desde 2014, elas estão optando por endividamentos mais baratos e de longo prazo. Apesar disso, o setor imobiliário segue com a menor taxa de inadimplência do crédito bancário, com taxa de 2%. Está atrás de setores como cheque especial (15,3%), cartão de crédito (7,8%) e veículos (4,7%).

Quanto à crise vivida em 2016, o presidente explica que já havia indícios de piora do cenário desde 2014, que foi quando a aquisição de imóveis novos e usados começou a diminuir. Enquanto em 2013 foram R$ 49 bilhões em unidades usadas vendidas, em 2016 esse número chegou a R$ 13,7 bilhões. Para os imóveis novos, a diminuição foi menor: as aquisições atingiram o seu pico em 2014, com R$ 35 bilhões, mas alcançaram apenas R$ 22,3 bilhões em 2016, o ano com valores mais baixos nos dois casos.

O financiamento imobiliário do SBPE, no caso de pessoas jurídicas, também começou a apresentar queda a partir de 2014: foram -3% no ano em relação ao anterior, sendo as quedas posteriores bem mais acentuadas, de -34% em 2015 e de -49% em 2016.

Os financiamentos realizados pelo Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), apesar disso, encontram-se em um de seus melhores momentos. São em especial empreendimentos do programa habitacional Minha Casa Minha Vida, direcionados a famílias de baixa renda. Eles seguem em crescimento desde 2014, tendo apresentado um total de R$ 44 bilhões financiados naquele ano, R$ 54 bilhões em 2015 e R$ 64 bilhões em 2016. Quanto àqueles financiados pelo SBPE (em geral, imóveis para a classe média), foi observada uma acentuada queda desde 2014, ano do pico de R$ 113 bilhões. Depois disso, foram registrados R$ 76 bilhões em 2015 e R$ 47 bilhões em 2016.

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