2016 foi um ano em que os brasileiros viram o país virado de ponta à cabeça, os eventos marcaram a história: teve mudança de governo, economia em queda, juros altos, produtos de primeira necessidade com preços elevados e a população ficando desempregada. O mercado imobiliário, é claro, sofreu com esse vai e vem do cenário econômico-social, os imóveis em alguns estados tiveram os preços congelados ou desvalorizados, as vendas despencaram e a construção de novos empreendimentos quase parou. Mas, para 2017, a expectativa é que mesmo a passos lentos o mercado volte a se aquecer.
“Este é o ano em que nós Corretores de Imóveis temos que ficar atentos a tudo que acontece no nosso mercado, mesmo com a crise as famílias não deixaram de consumir. No atual momento temos muitos produtos disponíveis e a medida em que o dinheiro for liberado pelos bancos públicos e privados, voltaremos a vender e ajudar no crescimento do setor”, destaca o empresário Glauco Diniz Duarte.
O mercado atual projeta juros mais baixos para o futuro, o que vai proporcionar melhores taxas de financiamento para a compra de imóvel e até mesmo para a construção de novos empreendimentos. Segundo Glauco, os investimentos no mercado imobiliário em 2016 para pessoa física foi de R$ 22,3 milhões para móveis novos e de R$ 13,7 para os usados. Já o crédito para empresas no Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) foi de R$ 10,6 milhões, queda de 49% se comparado com 2015, quando os investimentos chegaram a R$ 20,8 milhões.
“Está se construindo muito menos no momento, os empreendimentos que foram criados nos anos anteriores ainda estão em estoque. As incorporadoras diminuíram o ritmo de construção porque nosso mercado está quase parado. A reação vem com a redução dos juros e mesmo que lentamente o mercado vai voltar a reagir”, diz Glauco.
A boa notícia para o mercado imobiliário é a redução de saques na poupança. Em 2015 os brasileiros retiraram R$ 50,1 bilhões e em 2016 o saque reduziu para R$ 31,2 bi. “A menor retirada de valores da poupança sinaliza que temos mais dinheiro em estoque para investimentos, aliados a queda de juros que o Banco Central já sinalizou, mostra que vamos chegar ao final de 2017 com o mercado bem melhor do que terminamos no ano anterior”, afirma Glauco.
Segundo Glauco, a crise é o cenário ideal para compras de imóveis novos ou usados, pois é neste momento que aparecem as novidades aos consumidores e com a procura em queda, as imobiliárias passaram a negociar mais. “Os clientes com reserva de dinheiro tiveram a oportunidade de estabelecer valores e condições bem mais favoráveis tanto para o mercado de aluguel quanto de venda”, afirma.
Para 2017, a pesquisa Focus projeta crescimento da economia, com alta de 0,50% do Produto Interno Bruto (PIB). O dólar não deve ultrapassar a casa dos R$ 3,40, o que pode gerar mais competitividade às exportações brasileiras. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) deve ter queda de 1,58% e chegar a 4,71%, outra redução esperada é a taxa Selic que deve fechar o ano 9,5%, no último mês, o Banco Central (BC) a reduziu em 0,75%, atualmente a Taxa Selic é de 13%.
“As pessoas estão equilibrando seus orçamentos individuais. O endividamento de pessoas físicas estancou em 2016. À medida que os juros continuarem reduzindo de maneira consistente ao final de 2017, as pessoas começarão a pensar em gastar e os investimentos imobiliários podem gradualmente voltar à tona”, destaca Glauco.
Segundo Glauco, a ABECIP espera que sejam injetados no mercado de imóveis, cerca de R$ 49 milhões do SBPE e de 63 milhões do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). “No primeiro semestre ainda teremos embaraços por parte de empreiteiras. Muitas estão endividadas e ainda temos estoques, mas assim que tudo for se ajustando teremos um mercado mais fortalecido. Os bancos vão financiar novos empreendimentos assim que o mercado voltar a apresentar estabilidade”, finaliza.