GLAUCO DINIZ DUARTE – Setor de construção civil em Itapetininga vive ‘boom’ de prédios
O mercado imobiliário em Itapetininga (SP) está aquecido e em crescimento. A cidade é o reflexo de um quadro nacional: em agosto do ano passado o setor registrou a primeira alta na venda de imóveis depois de 13 meses consecutivos de queda, segundo pesquisa realizada pela Associação Brasileira das Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
Quem mora na cidade há muito tempo, já consegue perceber mudanças na vista da região. Nos últimos cinco anos, surgiram cada vez mais novos prédios no horizonte e especialistas confirmam a alta no mercado.
“A procura por apartamentos tem crescido bastante. Antes existia aquela resistência das pessoas preferirem casa. Mas hoje já veem quem não existe tanta diferença e não existe o preconceito de antigamente”, esclarece o construtor Walter Cury.
A alta no setor de imóveis da região também resulta no aumento de empregos para os itapetininganos. “Historicamente, a construção civil sempre foi geradora de empregos. Quando se incentiva a parte de construção habitacional, significa gerar mais empregos”, afirma Cury.
Marcelo Kenji é engenheiro e confirma essa tendência, já que a construtora em que trabalha tem cinco empreendimentos em construção na cidade, sendo quatro deles prédios.
Além de gerar empregos diretamente, o mercado de imóveis também pode ser uma fonte de investimento. Moradores da região têm comprado apartamentos ainda na planta, pensando na valorização do imóvel quando estiver pronto.
Foi o que fez o comerciante José Netto, que gostou da ideia e pretende adquirir mais empreendimentos para locação. “No momento em que o país estava em crise, eu e meu irmão decidimos juntar o pouco que tínhamos para investir e acreditar no futuro. Deu certo, hoje está pronto. Agora vamos alugar e tentar investir de novo”.
Construção de sonhos
De acordo com a pesquisa da Abrainc e Fipe, no primeiro semestre do ano passado foram negociadas 9,271 mil unidades, um aumento de 1,4% na comparação com as vendas de agosto de 2015. Somente em agosto de 2016, foram lançadas 4.611 unidades, registrando um aumento de 70% frente ao volume lançado no mesmo mês de 2015.
A queda da taxa básica de juros, a Selic, também é responsável pelo aquecimento do mercado. Após a primeira queda em outubro, a Caixa Econômica Federal anunciou a redução dos juros de financiamentos imobiliários de 12,5% ao ano para 12,25%.
Além disso, a Caixa passou a oferecer taxas de juros iguais às cobradas dos servidores públicos para clientes que adquirirem imóveis novos ou na planta cuja construção tenha sido financiada pelo banco, caso optem por receber o salário diretamente pelo banco.
As vantagens econômicas possibilitam a realização de sonhos. O Lucas Correa tem 21 anos e já garantiu o próprio apartamento, ainda na planta, para morar somente no ano que vem.
Por enquanto, a casa do Lucas só é tijolo e cimento, mas para ele já é muito mais. “Estamos vendo um lustre para colocar acima da mesa de jantar. Também vai ter uma estante para colocar os livros. Na sala, vai ter rack, televisão, home theater, um sofá. Já está praticamente tudo planejado, só estamos esperando a hora de entrar no apartamento mesmo”.