GLAUCO DINIZ DUARTE – O uso de esquadrias de alumínio na construção civil
Com alta durabilidade, versátil – possibilitando diversos formatos geométricos – e sustentável, o alumínio é utilizado em larga escala na construção civil. Atualmente, 80% do mercado do setor demanda alumínio com acabamento em pintura eletrostática, que oferece várias possibilidades de cores. Esta é uma tendência que cresceu muito nos últimos 10 anos em todo o Brasil – o restante utiliza alumínio com acabamento anodizado fosco ou bronze. Para falar sobre o tema, com destaque sobre as normas de especificação e execução de esquadrias em alumínio, o Ciclo de Palestras do Clube de Engenharia e Arquitetura de Londrina(Ceal), recebe nesta segunda-feira a arquiteta e urbanista Cíntia Figueiredo e o engenheiro de produção mecânica Carlos Eduardo Alvarenga de Godoi, representantes da Alcoa. O evento é gratuito e será realizado até quarta-feira, às 18 horas, na sede da entidade que está comemorando 62 anos de atuação. As inscrições devem ser feitas previamente.
Segundo Godoi, é fundamental respeitar as especificações de projeto de qualquer esquadria para que possam atender às normas vigentes. “Quando as especificações não são respeitadas, uma grande quantidade de problemas pode acontecer, como perda da garantia, redução da vida útil e até mesmo o não funcionamento do produto. Vale lembrar que quando as especificações não são respeitadas o comprometimento com a segurança também é inferior”, cita o engenheiro, que atua como Gerente de Credenciamento & Suporte da Alcoa.
Entre as vantagens da utilização do alumínio, considerado um metal infinitamente reciclável, Godoi ainda pontua que existem ligas de alumínio que possuem propriedades mecânicas iguais ou superiores ao aço. “Já PVC reage aos raios UV e com o tempo acaba tendo sua coloração alterada, gerando um aspecto amarelado, envelhecido”, comenta. Na construção civil, são utilizadas as ligas da série 6000, tais como 6060, 6063, 6005, 6351 e 6061, entre outras.
“Elas possuem grande capacidade de absorver impacto, alta resistência à corrosão e excelente isolamento térmico. Além disso, por não ser magnético e contar com alta refletividade, o perfil de alumínio age como um escudo contra radiação, luz, ondas de rádio e raios infravermelhos”, explica. O produto ainda conta com diversas propriedades mecânicas por conta de sua vasta gama de ligas e têmperas, com diferentes composições químicas. As esquadrias em alumínio possibilitam também diversos acabamentos, como: pintura, anodização, polimento, cromação, niquelação, entre outros.
Parte importante do planejamento de qualquer construção, Godoi lembra que a esquadria pronta e instalada requer cuidados não só depois da obra entregue como também durante a sua execução. “A esquadria é um produto de valor agregado e nobre. O consumidor desse produto colocará a mão nele todos os dias, pelo menos duas vezes por dia, ao abrir e fechar uma janela, uma porta ou um portão”, comenta.
O QUE DIZEM AS NORMAS
Durante a palestra, duas normas estarão em destaque – as normas NBRs 10.281 e 15.575 -, que referem-se ao desempenho das esquadrias de alumínio e de edificações. De acordo com Godoi, vale a pena atentar-se para as suas especificidades.
A NBR 10.821:2011 é a norma técnica que estabelece os requisitos de desempenho de esquadrias para edificações. Se uma esquadria que não atende a essa norma técnica é escolhida para uma determinada obra, o usuário pode vir a ter problemas como desconforto acústico ou ter que conviver com uma janela sem estanqueidade à água ou ao ar e, até mesmo, correr o risco de que ela não resista ao vento. Esta norma irá propor um inédito selo acústico que classificará as esquadrias de acordo com o isolamento acústico (Rw, índice de redução sonora ponderada) oferecido.
NBR 15.575:2013 – Edificações Habitacionais: Desempenho – Em julho de 2013 entrou definitivamente em vigor a NBR 15.575, a norma de desempenho de edificações. Dentre todos os pontos que a norma aborda, o desempenho acústico das vedações verticais externas é um dos que mais geram dúvidas. É importante entender que a norma de desempenho diz respeito à obra, e ao que foi efetivamente construído ou instalado. Desta forma, resultados de desempenho acústico de componentes obtidos em laboratório são uma expectativa de desempenho que podem ou não se confirmar dependendo da qualidade da obra, da fabricação e da instalação dos componentes. “Algumas pesquisas mostram que em média deve-se esperar uma perda de desempenho de cerca de 5 decibéis (dB) entre o resultado obtido no laboratório e o do campo. Assim, ao se especificar uma esquadria para a obra essa diferença deve ser considerada”, destaca.
Godoi ainda ressalta que outro ponto importante abordado pela norma é referente aos sistemas de vedação vertical externa (SVVE), isto é: fachadas e coberturas para casas e sobrados e somente as fachadas em edifícios de vários pisos. Quando se fala em fachadas, considera-se a composição de alvenaria, acabamentos e esquadrias juntos. “A norma não estabelece nenhum requisito acústico para a alvenaria ou esquadria, ou para qualquer de seus componentes separadamente, apenas para o conjunto. Assim, o resultado que se busca é uma composição do isolamento de todos esses elementos, que pode ser obtido para fim de projeto, por cálculo ou simulações computacionais, ponderando o isolamento de cada elemento pela área em que será aplicada”, orienta.
