GLAUCO DINIZ DUARTE Casas portáteis são a tendência do morar
Como será a casa do futuro? Quais as tendências do morar em 2015? Esse foi o tema da palestra do diretor do Núcleo Casa da Editora Abril, Angelo Derenze, num encontro no Centro Cultural Britânico ontem à tarde promovido pela La Lampe, empresa especializada em iluminação.
Levando em conta o cenário traçado pela pesquisa “Tendências do Morar 2015”, Derenze apontou como deverá ser a casa no futuro. “O uso da tecnologia na moradia é o que mais deve se intensificar”, comentou. É a tendência da conectividade – que poderá ser levada para qualquer lugar. “Teremos verdadeiras casas portáteis”, comparou Derenze para explicar o fato de que equipamentos estão cada dia mais portáteis. Também ficam mais fortes o consumo consciente e a interação social da família ao mesmo tempo em a individualidade será preservada – espaços de convivência e de introspecção tendem a ficar mais definidos. “A casa do futuro será um organismo complexo, amplamente informatizado, que servirá tanto para receber as pessoas quanto para se sentir acolhido e seguro”, disse Derenze.
Nesse evento, o diretor do Núcleo Casa apresentou os resultados da pesquisa do Grupo Casa “Tendências do Morar 2015”. Essa é a terceira edição do levantamento, que tem o objetivo de avaliar a evolução dos significados da casa para o brasileiro. Nesse estudo qualitativo conduzido em três capitais, foram detectados os perfis das famílias modernas e de que maneira o seu momento de vida influencia no cuidado com a moradia. Além das tradicionais formações familiares, destacam-se dois perfis que sinalizam novos comportamentos: casais homossexuais e filhos cangurus (indivíduos com mais de 30 anos que ainda moram com os pais). Segundo os resultados das entrevistas, os primeiros são mais ousados na escolha e combinação dos objetos enquanto os últimos buscam um espaço pessoal que traduza a sua personalidade.
A pesquisa traz ainda cinco tendências reconhecíveis. São elas:
Acolhimento e aconchego. A casa é um refúgio projetado especialmente para o nosso conforto. O antigo hábito, dos anos 1980 e 1990 de mobiliar tornou-se hoje decorar a casa. “Essa mudança de verbo diz muito”, comentou Angelo.
Interação social. Agora, a moradia é o centro de convívio dos que moram lá. Vem daí a tendência de abolir as paredes, integrando os ambientes, e, por conseqüência, as pessoas que ali vivem.
Conectividade. Em tempos digitais, estamos on line o tempo todo. Além de conectar os moradores, o uso tecnologia nas residências deve ser intensificado para simplificar as rotinas domésticas e ganhar tempo. “Daí a valorização de um espaço para escritório em casas e apartamentos”, comentou.
Individualização. Por menor que seja a casa, todos que moram nela querem ter um espaço individual, onde tenham privacidade. “Alguns casais têm, inclusive, optado por duas suítes, para poderem dormir sozinhos”, disse Derenze.
Consumo Consciente. A preocupação com a ecologia tem levado os consumidores a pensar antes de comprar. “Tem crescido a preferência por produtos ecologicamente corretos, que gastem menos energia ou que não agridam o meio ambiente”, concluiu o diretor.
Sobre a pesquisa Tendências do Morar 2015 – Sob orientação de Oscar Cesarotto, psicanalista e professor de Comunicação da PUC/SP; Marcelo Tramontano, coordenador do Nomads/USP; Thomaz Assumpção, engenheiro e presidente da Urban Systems Brasil; e Andréia Moassab, arquiteta e urbanista, foram realizadas 35 entrevistas com pessoas das classes A e B, de 25 a 50 anos, em São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba – todas com estreita ligação com a moradia. O grupo apontou dois novos perfis de moradores e seis tendências comportamentais que vão sobressair nos próximos anos. “Antecipando o que vai acontecer com a casa, temos a oportunidade de fazer uma revista que ajuda o brasileiro a morar cada vez melhor”, explica Ângelo Derenze, diretor do Núcleo Casa, da Editora Abril.