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GLAUCO DINIZ DUARTE

GLAUCO DINIZ DUARTE Construção

GLAUCO DINIZ DUARTE  Construção
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GLAUCO DINIZ DUARTE  Novas práticas na construção civil

Antes defendida por poucos, a sustentabilidade hoje tornou-se pauta em todos os setores. E deixou claro que não se trata de conservação de fauna e flora nativa, e sim de toda estrutura que nos rodeia, incluindo ruas, casas, e ambientes de trabalho. E uma das frentes que implantaram esse novo entendimento foi a construção civil. O setor reconheceu a importância da sustentabilidade como fator econômico, ao admitir que gera fortes consequências no meio ambiente, e por isso hoje se reinventa.

O arquiteto Fernando Lângaro comenta que a conotação ‘construção sustentável’ não define corretamente essa linha de ação. “Esse termo é usado para mitigar um pouco essa agressão, porque ela é demasiada. Na medida que uma construção se insere no terreno, ela já está agredindo o meio ambiente de várias formas. Seja fazendo sombra na vegetação, ou agredindo o solo com fundações, então é muito complicado falar de sustentabilidade. O que existe são boas práticas bioclimáticas, com técnicas usadas para amenizar esse impacto forte, além de reduzir custos”, aponta.

Conforme Lângaro, o setor ainda sofre com o atraso. “A construção no país, ainda hoje, não é nada industrializada. Tem uma responsabilidade social muito grande, mas é muito artesanal. Desde a década de 1940 utilizamos o concreto armado, por exemplo. Esse processo é muito lento, e é agressivo ao meio ambiente, pois o cimento, o bloco de parede, o tijolo, todos têm muito da queima, sendo muito poluente. O próprio aço utiliza muita água na produção, e a extração é muito agressiva”, revela.

Menor impacto

Para o arquiteto, a principal forma de se pensar uma construção com menor impacto está na sua concepção. “Normalmente, no cálculo da obra, se faz o orçamento levando em conta do projeto até a entrega da chave. Mas o custo que deveria ser levando em conta, é do início do projeto, até 80 anos de duração da edificação. Isso porque, o custo do projeto até a entrega é apenas 15% do gasto total”.
“Tudo começa com um bom projeto, não interessa onde está inserido. Pode ser o pior terreno do mundo, mas se o projeto levar em conta o menor impacto possível, e o custo de operação, ele vai acertar. ”, reforça o arquiteto.

Lângaro revela que nada disso é novidade. “Aqui em Passo Fundo, o Edifício Planalto, da década de 1960, é um exemplo. Na época já havia a preocupação de controlar a entrada da luz solar, e assim controlar a temperatura ambiente. Mas, com o tempo, o mercado imobiliário perdeu essa preocupação”, entende ele.

Eficiência reconhecida

Partindo dessa linha, a Lantar Construções e Incorporações concluiu recentemente o Smart Morom Residence. Localizado no centro de Passo Fundo, a edificação foi concebida para funcionar com eficiência. “Tudo foi feito nele para diminuir o gasto com água e luz. Foram várias estratégias para mantê-lo operacional por 80 anos. Utilizamos água da chuva para regar o jardim e para lavar a garagem, esquadrias projetadas para capturar a ventilação cruzada e diminuir o uso do ar-condicionado, as tonalidades do prédio são claras, que absorvem menos o calor externo, e vários outros detalhes. Também conta com Brise Solei, que são molduras que saem para fora do prédio que protegem do sol no verão, e deixam ele entrar no inverno”, afirma Lângaro.

E o trabalho da incorporadora foi reconhecido da melhor maneira possível: o empreendimento foi o primeiro do Rio Grande do Sul a receber uma certificação de nível A em eficiência energética do INMETRO, pelo Programa Brasileiro de Eficiência Energética de Edificações (PBE Edifica). “Esse mesmo certificado que tem no ar-condicionado, na geladeira, na lavadora, tem no nosso prédio também. Isso quer dizer que ele é um prédio eficiente pois o seu custo de manutenção é mais baixo”, comemora o arquiteto.

O título é uma conquista também para o cliente, que tem mais poder de escolha. “O mercado imobiliário está engatinhando ainda nesse sentido, mas na Europa, os apartamentos são anunciados com o preço, a localização, e classe energética. E isso é uma coisa que o mercado brasileiro vai assumir no decorrer dos anos, é algo inevitável”, projeta.

GLAUCO DINIZ DUARTE  Construção
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