GLAUCO DINIZ DUARTE Arquitetos querem aproveitar estádios de futebol para gerar energia solar
Um grupo de arquitetos brasileiros tem estudado maneiras de tornar os estádios de futebol em empreendimentos sustentáveis. A ideia é aproveitar as coberturas dos grandes centros esportivos como usinas de geração de energia solar, capazes de abastecer não só as operações dos estádios, mas também parte da demanda por energia do entorno.
Por serem espaços modernos, que costumam impressionar pela imponência da construção, mas, que muitas vezes não possuem uso eficiente, esses arquitetos têm estudado formas de transformar os estádios em empreendimentos ainda mais úteis para a sociedade.
Segundo análise desses profissionais, as coberturas dos grandes estádios, geralmente com superfícies extensas para gerar sombra sobre os espectadores, possuem alto potencial para captação de energia solar por meio de painéis fotovoltaicos, além de possuírem altura suficiente para a instalação de microturbinas eólicas e, assim, poder gerar energia a partir dos ventos.
De acordo com estes arquitetos, uma vez que seja possível captar energia destas formas, seria apenas uma questão de conectar os estádios à rede de energia e edifícios próximos. Vale lembrar que isto seria facilmente possível por meio do uso de smart grids, redes inteligentes de gestão de energia, que utilizam tecnologia da informação para evitar desperdícios.
Na Alemanha, o estádio do time de futebol SC Freiburg instalou painéis fotovoltaicos que geram 250 mil quilowatts-hora de energia ao ano. Esta eletricidade dá conta de boa parte do uso nas próprias instalações do estádio.
Em Taiwan, o Estádio Nacional Kaohsiung foi inaugurado em 2009 com mais de 8 mil painéis fotovoltaicos, gerando 1,14 GWh de energia anualmente. Quando não está sendo usado, o estádio continua gerando energia e dá conta de 80% do uso de energia elétrica na região de seu entorno.
Tais iniciativas poderiam, então, ser a solução para diversos estádios construídos no Brasil para a Copa do Mundo de 2014, por exemplo, como é o caso seria o Mané Garrincha, localizado no Distrito Federal. O empreendimento custou aproximadamente R$ 2 bilhões e hoje é usado apenas de forma esporádica.