Glauco Diniz Duarte Tbic – Energia fotovoltaica sao Leopoldo
A denominação de Geração Distribuída de Energia tem sido a forma como o mercado se refere ao uso cada vez mais intenso de tecnologias que permitem ao usuário produzir o próprio insumo. E isso já ocorre no Brasil e no Rio Grande do Sul há alguns anos. O Ministério de Minas e Energia prevê que, até o ano de 2030, 2,7 milhões de unidades consumidoras poderão gerar sua própria energia de forma total ou parcial. Isso pode representar que indústrias, residências, comércios e propriedades rurais produzam 23.500 MW de energia limpa e renovável, o equivalente à metade do que é gerado atualmente pela Usina Hidrelétrica de Itaipu. Do ponto de vista ambiental, além das fontes serem renováveis, o Brasil pode evitar que sejam emitidos 29 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera.
O crescimento das placas fotovoltaicas
A programação do Fórum prevê que os debates possam esclarecer sobre as diferentes formas de geração de energia com fontes renováveis. É o caso da tecnologia solar. A Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) estima que esse tipo de geração irá se expandir dez vezes mais em 2017 do que cresceu em 2016 no Brasil. Até dezembro, a previsão é de que o País chegará à marca de 1000 MW de capacidade instalada, chegando no topo da lista dos 30 principais geradores a partir dessa fonte energética no mundo. Segundo o presidente executivo da Absolar, Rodrigo Sauaia, a expectativa é de que a posição brasileira nesse ranking esteja entre as cinco primeiras nações produtoras, até 2030, em potência instalada anual.
Além disso, debater a geração de energia distribuída com fontes renováveis ajudará a entender os benefícios para o setor elétrico. Como a produção fica no próprio local do consumo, a necessidade de infraestrutura de transmissão elétrica se torna nula e evita perdas. Contudo, as relações de troca entre os consumidores e as companhias que operam o sistema nacional, bem como as regulamentações, ainda precisam ser tratadas no âmbito das políticas públicas que incentivem investimentos.
Especificamente no Rio Grande do Sul, atividades que integram diversos segmentos da indústria, como metalmecânico, metalurgia, eletroeletrônico, veículos e equipamentos de transporte, sistemas de automação e controle, máquinas e equipamentos apresentam condições para sustentar um polo produtivo referencial em muito pouco tempo. Universidades e seus parques tecnológicos integrados às empresas já se tornaram centros de inovação, troca de ideias, startups de alto rendimento e bons resultados.
A iniciativa de realização do Fórum de Geração Distribuída de Energia com Fontes Renováveis no RS tem o objetivo de incentivar a ampliação dos investimentos nessa área, buscando a convergência entre uma legislação que estimule a produção, reduza os preços da energia, gere mais confiabilidade ao sistema elétrico e ganhos importantes na perspectiva ambiental.