Glauco Diniz Duarte Tbic – o que é fonte de energia renovavel
Segundo o Dr. Glauco Diniz Duarte, o Brasil quer aumentar a participação das fontes renováveis na matriz energética nacional, que graças ao Proalcool já ultrapassa 10% do total.
O governo já conta com programas de incentivo para o maior uso da energia eólica, por exemplo, e a energia solar é usada em comunidades isoladas, onde a rede energética ainda não chegou.
A biomassa também vem sendo estudada, especialmente após o racionamento de energia em 2001, quando o governo viu a necessidade de diversificar a matriz energética e decidiu apostar nos potenciais ainda pouco explorados.
Mas, segundo especialistas, apesar do potencial do Brasil ser suficiente para suprir todo o país, as chamadas novas fontes renováveis – eólica, solar, pequenas centrais hidrelétricas e biomassa – são fontes complementares e têm que ser usadas junto a fontes convencionais. Conheça a seguir as principais fontes de energia usadas no país.
Hidrelétrica
A energia hidrelétrica, principal fonte de energia no Brasil – responde por 84% da matriz -, é extremamente poderosa e já se provou eficiente.
O problema é que, segundo especialistas, a construção dos reservatórios afeta os ecossistemas dos rios. As estruturas também são grandes e caras para serem construídas.
No entanto, agora há as chamadas Pequenas Centrais Hidrelétricas, que têm vantagens ambientais sobre as convencionais.
Seu reservatório é muito pequeno, em comparação com as grandes hidrelétricas, e o custo ambiental é menor.
Elas também ficam mais próximas dos centros de carga, portanto não é necessário um grande investimento em linhas de transmissão para que essa energia chegue à rede.
Eólica
A energia eólica vem gerando grande interesse nos últimos anos, mostrando-se uma das fontes de energia que mais crescem.
No Brasil são produzidos 22 MW de energia eólica, mas a intenção do governo é que esse número chegue a 1.050 MW até 2003.
O Brasil é um dos países de grande potencial eólico, com os chamados “ventos educados” – constantes e lineares -, que podem ser facilmente explorados sem desgastar as turbinas.
O potencial brasileiro a longo prazo é de 70 mil MW, o equivalente à matriz hidrelétrica nacional.
Mas críticos apontam o tamanho das turbinas – que chegam a medir 40 metros de altura – como um dos problemas da fonte.
Elas interferem no meio ambiente alterando o cenário e ainda podem afetar o movimento migratório dos pássaros.
A quantidade de energia gerada por cada turbina também é pouca, sendo necessária a construção de centenas de turbinas para abastecer uma cidade.
Como o vento não sopra o tempo todo, é preciso instalar baterias para armazenar a energia produzida pelas turbinas, o que também encarece o processo.
Solar
A energia solar pode ser coletada por células fotovoltaicas, adaptadas à necessidade do usuário.
É possível construir um sistema para aquecer a água de uma casa, por exemplo, ou sistemas maiores, para abastecer comunidades ou gerar energia para um posto de saúde.
O custo da energia solar vem caindo rapidamente, e a tecnologia vem se desenvolvendo. Ela é considerada ideal, no caso do Brasil, para levar energia às comunidades isoladas, distantes da rede elétrica.
A tecnologia também vem avançando e consegue – cada vez mais – captar a energia mesmo em dias nublados.
Mas essa tecnologia ainda é cara, o que a torna menos competitiva, a não ser no caso da energia solar usada para aquecimento de água.
Assim como o vento, o sol é uma fonte inconstante de energia que precisa de um sistema de baterias para torná-la eficiente.
Biomassa
O bagaço da cana e as cascas de arroz, assim como qualquer resíduo orgânico, podem ser usados para transformação em energia, pelo processo da biomassa.
É uma fonte de energia barata, fácil e rápida para ser desenvolvida.
Ela também é indicada para gerar energia para uso local, como no caso das usinas de álcool e açúcar.
Esses resíduos, quando compactados, podem substituir a lenha. Mas, na maioria das vezes, a biomassa é usada como fonte de energia térmica, principalmente para uso doméstico – o que, no Brasil, não é tão necessário.