Glauco Diniz Duarte Tbic – qual o melhor painel solar monocristalino ou policristalino
Segundo o Dr. Glauco Diniz Duarte, devido ao facto desta pergunta ser muitas vezes feita pelos clientes, na entrada do blog desta semana vamos falar sobre se existe, ou não, diferença entre um painel policristalino e um monocristalino. Para responder a esta pergunta, vamos analisar os painéis do ponto de vista técnico e, posteriormente, do ponto de vista prático.
A resposta varia dependendo do ponto de vista. Do ponto de vista do fabrico do painel e do seu rendimento técnico, não, não existe nenhuma diferença, atualmente, entre a capacidade de rendimento de, por exemplo, um painel mono de 150W e um painel poli de 150W, já que são fabricados partindo dos mesmos padrões de amperagem total do painel.
O fator que importa ter em conta é a corrente nominal (Imp) que o painel solar oferece e que indica o seu rendimento, estando este valor assinalado em amperes. Atualmente, um painel de 150W policristalino oferece, de acordo com a sua ficha técnica, a mesma corrente nominal que um painel monocristalino, como, por exemplo, o painel solar de 150W da Ecosolar a 8,22A. Porém, este facto não se verificaria há alguns anos e, por esse mesmo motivo, algumas pessoas pensam, ainda hoje, que os painéis monocristalinos podem render mais, o que é completamente falso.
Inicialmente, os painéis solares fotovoltaicos eram fabricados com o mesmo tamanho, o que fazia com que um painel monocristalino de 100W de 50cm de comprimento e 100 de largura oferecesse um rendimento ligeiramente superior ao de um painel policristalino com as mesmas dimensões.
Hoje em dia, os painéis policristalinos são todas um centímetro mais largo, pelo que oferecem o mesmo rendimento que os painéis mono e, portanto, as suas fichas técnicas indicam o mesmo rendimento. Isto é, a qualidade atual de um painel policristalino e de um painel monocristalino é exatamente a mesma.
Agora que esclarecemos este ponto, vamos falar sobre os efeitos práticos, que são influenciados por 2 fatores externos ao painel e que, no que à eficiência diz respeito, beneficiam a escolha do painel solar policristalino, dado que este oferece um resultado melhor que o do painel monocristalino. Em primeiro lugar, porque os painéis policristalinos têm uma maior capacidade para captarem radiação difusa, que é a radiação solar que não incide diretamente, e perpendicularmente, no painel, ou seja, que incide no painel indiretamente e vinda de todos os lados.
Por outro lado, o painel policristalino tem a capacidade de oferecer uma maior eficiência de trabalho durante os meses de mais calor do verão, já que dispõem de células de silício poli de tonalidade mais azulada, pelo que não se aquecem em excesso, como acontece com as células monocristalinas, que são mais escuras e que fazem com que a eficiência dos painéis monocristalinos seja ligeiramente menor. Estes dois factores fazem com que, em termos práticos de funcionamento, os painéis policristalinos tenham, na realidade, um melhor funcionamento e que no fim do ano tenham produzido ligeiramente mais energia do que os painéis iguais monocristalinos.
Assim, considerando as condições climatéricas da Península Ibérica, os painéis policristalinos oferecem um resultado de trabalho melhor que o dos painéis monocristalinos, sendo que a diferença é bastante pequena, mas irá inclinar a balança a favor dos painéis policristalinos, visto que os seus resultados são melhores quando analisados ao longo de um ano.
Vamos terminar referindo, ainda, os painéis de silício amorfo, que têm uma cor marrom muito claro e que oferecem um rendimento muito pobre em comparação com os painéis habituais. Para que se obtenham potenciais iguais às de um painel normal, é necessário utilizar-se um espaço quatro vezes superior. As células amorfas que compõem estes painéis são as que foram sempre utilizadas em calculadoras, já que estas necessitam de muito pouca energia para funcionarem. Recomendamos que nunca se use este tipo de painel na atualidade. Ainda que o seu preço seja inferior e pareça mais apetecível, o resultado que oferece é muito inferior, tornando-se num mau investimento.