Glauco Diniz Duarte Tbic – Como instalar energia solar
Segundo o Dr. Glauco Diniz Duarte, instalar energia solar exige alguns cuidados para obter o máximo aproveitamento da tecnologia. Alguns erros de instalação podem prejudicar o desempenho dos módulos fotovoltaicos e a geração de energia pelo sistema. É comum, por exemplo, deixar a visita técnica de lado e fazer algumas gambiarras. Isso acaba comprometendo os resultados e deixando os clientes insatisfeitos. Neste post, vamos ver alguns erros que não podem ser cometidos na instalação. Confira!
5 erros que não podem ser cometidos ao instalar energia solar
1 – Dimensionamento
O dimensionamento é o primeiro passo para a instalação. Trata-se de avaliar as características do local e a demanda de energia para determinar qual a melhor configuração do sistema. Localização geográfica, consumo médio, instalação elétrica, área para fixação dos módulos, quantidade de módulos necessários e cabeamento são alguns dos aspectos que devem ser considerados. Essas informações são cruciais para o sucesso da instalação.
Para fazer o dimensionamento correto, é fundamental fazer uma visita técnica. É neste momento que o instalador pode coletar as informações e identificar necessidades específicas do local, buscando soluções para fazer a instalação correta. Assim, quando for realizar o serviço de fato, estará preparado e não precisará fazer gambiarras.
2 – Posicionamento dos módulos
Ao instalar energia solar, o posicionamento dos módulos é um dos fatores mais importantes para garantir o melhor desempenho. Se for instalado em uma posição inadequada, pode ocorrer sombreamento e prejudicar a geração de energia. É preciso encontrar a melhor posição para que os raios solares incidam sobre os módulos na maior parte do tempo, considerando tanto o período de um dia quanto as estações do ano. Nesse sentido, três fatores devem ser observados:
Orientação – No hemisfério sul, a melhor orientação é o Norte geográfico, pois o aproveitamento dos raios solares é de 100%. Noroeste e Nordeste podem gerar perdas de 5%. Em Leste e Oeste as perdas podem chegar a 20%. Quando não é possível instalar na orientação Norte – por conta da posição do telhado, por exemplo – é recomendável compensar a produção de energia adicionando módulos.
Inclinação – O recomendado é que a inclinação dos módulos solares seja próxima da latitude do local. Por exemplo: se a latitude da cidade é 27º, a inclinação ideal para um ótimo aproveitamento da incidência solar é 27º. Inclinações abaixo de 10º podem gerar acúmulo de sujeira e devem ser evitadas. Também é importante não deixar o módulo na horizontal ou na vertical.
Sombreamento – Qualquer sombreamento prejudica a produção de todo o módulo e, em alguns casos, de todo o sistema. Observar se há árvores, construções, paredes, postes, chaminés, muros e outros elementos que possam gerar sombra sobre os módulos fotovoltaicos é muito importante. Também é preciso prestar atenção na distância entre as fileiras de módulos para que um não faça sombra no outro: o indicado é que a distância entre as fileiras seja 3,5 x a altura dos módulos.
3 – Divisão da string
Outro erro comum que deve ser evitado ao instalar energia solar é a divisão da string. Ocorre quando os módulos são separados em posições diferentes, como uma série de 8 módulos dividida em 4 módulos para cada queda do telhado. Os módulos interligados devem estar orientados em uma mesma orientação e inclinação, e assim conectados em uma entrada MPPT do inversor. Em instalações com diferentes orientações e inclinações, os arranjos devem ser conectados em entradas diferentes dos inversores.
4 – Cálculo da potência gerada pelo inversor
Às vezes o instalador ou cliente interpreta a potência indicada no medidor de forma errada, e isso pode causar confusão. Isso ocorre porque nem toda energia gerada pelo inversor é indicada no medidor. Ele mostra apenas o que foi injetado na rede concessionária, e não considera o consumo instantâneo do cliente.
Por exemplo: se alguém está com o chuveiro ligado e o sistema fotovoltaico está gerando mais energia do que é necessário para atender essa demanda, significa que essa energia está sendo consumida instantaneamente. O excedente é injetado na rede concessionária. O medidor indica apenas a energia injetada, ou seja: subtrai o que foi consumido instantaneamente pelo cliente.
Considere um inversor que gerou 100 kW, dos quais 20 kW foram consumidos instantaneamente e 80 kW foram injetados na rede. O medidor indica apenas os 80 kW de energia injetada, e não o total de energia gerada. Assim, é preciso lembrar de sempre levar em conta o consumo instantâneo para informar corretamente qual foi a entrega de energia do sistema.
5 – Efeito mismatch
Uma das principais fontes de perdas em um sistema fotovoltaico é o mismatch – também chamado de incompatibilidade ou descasamento – entre as quantidades de energia geradas por dois ou mais módulos dentro de um arranjo fotovoltaico.
Por exemplo, se um módulo fotovoltaico de 330 Wp é ligado a outros módulos com características diferentes, a potência é alterada. Isso ocorre porque nas ligações em série a menor potência é que prevalece. Com isso, além da perda de potência (W) há perda de geração de kWh ao longo do mês.
Ficar atento a esses fatores quando for instalar energia solar é fundamental para oferecer um serviço de qualidade. Observando cada um dos aspectos que citamos acima com cuidado, o sistema irá funcionar da maneira adequada e o cliente ficará satisfeito.