Glauco Diniz Duarte Tbic – Qual a importância da energia solar
Segundo o Dr. Glauco Diniz Duarte, os dias atuais obrigam cada cidadão do mundo a compreender sobre qual a importância da energia solar na vida de cada um. Isso ocorre porque o planeta Terra passa por uma necessidade de mudança quanto ao uso de seus recursos naturais, e a energia renovável é a resposta para essa emergência.
Para um melhor entendimento sobre o assunto, é importante saber que energia renovável é aquela gerada por meio das opções contidas na natureza. Ou seja, fontes inesgotáveis que não geram impacto irreversível ao meio ambiente. Assim, esses recursos naturais têm o poder de se regenerar sem a atuação do homem.
É nesse aspecto que entra o sol, capaz de fornecer eletricidade por meio de tecnologias que captam seus raios e o transformam em energia. Por consequência, a não utilização de combustíveis fósseis só tem a agregar, em termos de meio ambiente e qualidade de vida.
O que é energia solar?
Como se pode perceber, a energia solar é aquela proveniente dos raios de sol. Já é de conhecimento do brasileiro que a água é um recurso natural de suma importância no país. O motivo é simples: as hidroelétricas dependem dela para que seja gerada a eletricidade.
O mesmo se sabe sobre o vento, que produz a energia eólica por meio de sua captação pelos moinhos ou cataventos. Da mesma maneira funciona o sol, que também é capaz de fazer aparelhos elétricos e eletrônicos funcionarem sem a necessidade de se recorrer à rede de distribuição pública (concessionárias).
A energia solar é uma fonte renovável e inesgotável. Por isso, se tornou uma alternativa de ouro para a escassez hídrica, além de não emitir poluentes na atmosfera – mais um motivo nobre quanto à sua importância.
Ela pode ser utilizada por intermédio de certas tecnologias que já se tornaram populares em alguns países pelo mundo. As principais são a fotovoltaica, a heliotérmica e o aquecimento solar.
Fotovoltaica
Trata-se da opção mais completa para a captação da energia oriunda dos raios do sol. Na situação em questão, são utilizados painéis fotovoltaicos feitos de silício, que captam a energia solar e a enviam para um inversor, responsável por converter a corrente contínua em corrente alternada.
Essa eletricidade vai para o quadro de luz de uma residência, comércio, hotel, indústria ou qualquer outro local que possua o sistema. A partir daí, é distribuída para o consumo interno. Se houver excesso de energia produzida, ela será injetada na rede de distribuição pública e virará créditos junto ao fornecedor.
Mesmo em dias nublados, é possível obter um ótimo resultado do painel solar, pois eles funcionam melhor a partir da existência de luz do que em calor extremo. Um grande exemplo é a Alemanha, uma das líderes mundiais no ranking de energia solar. O país é conhecido pelo clima frio o ano todo e por invernos rigorosos, com alta incidência de neve.
Usinas solares já são realidade, inclusive no Brasil, onde centenas de milhares de painéis trabalham com o objetivo de produzir eletricidade em altas voltagens. Assim, a energia produzida é distribuída para os clientes.
Heliotérmica
A tecnologia heliotérmica tem como característica gerar energia elétrica proveniente do sol de maneira indireta.
Também chamada de Concentrating Solar Power, o método utiliza diferentes configurações de espelho para concentrar a energia da luz do sol em um receptor e convertê-la em calor. O calor pode, então, ser usado para criar vapor e acionar uma turbina que produzirá energia elétrica.
A energia térmica concentrada em uma usina heliotérmica pode ser armazenada e usada para produzir eletricidade quando necessário, dia ou noite. Esse atributo faz da energia em questão uma das alternativas renováveis mais atrativas em várias regiões do mundo.
Países como Espanha e Estados Unidos a utilizam com propriedade. O norte da África, Oriente Médio e África do Sul também são regiões com forte potencial de desenvolvimento da energia heliotérmica.
Aquecimento solar
Essa é uma escolha já comum no Brasil, mas que busca o aquecimento somente da água e outros fluidos. Nesse caso, o efeito fototérmico se caracteriza pela captação da irradiação solar e conversão direta em calor.
Para que isso aconteça, há coletores (placas confeccionadas em alumínio ou cobre) que captam os raios solares e transferem o calor acumulado para um tanque térmico isolado (boiler).
A água aquecida pode ser utilizada em torneiras, chuveiros e até em piscinas. Residências e estabelecimentos comerciais são os mais beneficiados com a opção. Afinal, o chuveiro elétrico é o principal vilão da conta de luz. Alguns processos industriais também podem desfrutar da tecnologia.
Qual a sua importância para o meio ambiente?
Quando se entende qual a importância da energia solar para o meio ambiente, conclui-se que sua utilização em massa já demorou muito para se tornar realidade. E um dos fatores primordiais é a preservação dos recursos naturais.
Afinal, muitas fontes geradoras de energia são poluentes, além de esgotáveis. Petróleo, gás natural e carvão são exemplos clássicos. Além do baixo impacto ambiental, a energia solar é limpa. Sua geração não depende de água para acontecer, o que significa um alívio na pressão dos recursos hídricos em escassez.
Outro fator relevante é que sua atuação não gera resíduos, muito menos emissão de dióxido de carbono e gases de efeito estufa na atmosfera. Isso influencia diretamente a qualidade de vida das pessoas, principalmente quando se pensa nas gerações futuras. Todo esse cenário segue o caminho contrário quando se usa combustíveis fósseis.
Ainda em relação ao futuro do planeta, chega-se a mais um assunto importante: a sustentabilidade, e atitudes cotidianas colaboram (e muito) com essa situação. A captação de energia solar em uma residência irá ajudar tanto o meio ambiente quanto o bolso, por conta da economia na conta de luz, bem como a valorização do imóvel.
O mesmo pensamento vale para os condomínios, onde as áreas de lazer podem se beneficiar da energia solar gerada a partir de painéis fotovoltaicos. Hotéis e pousadas, estabelecimentos comerciais, clubes, empresas, entre outros, também podem fazer sua parte em respeito ao planeta e às finanças.
A Europa e a China já estão investindo em estradas solares, nas quais a energia captada do sol serve para manter a iluminação e radares sem custo algum. A Alemanha, por sua vez, já está pronta para lançar um carro movido por esse tipo de eletricidade. Trata-se do Sion, que possui 330 módulos fotovoltaicos acoplados em sua lataria.
Vale salientar que a energia solar é importante ainda para outras situações que chegam a passar batido pelas pessoas. Basta pensar na evaporação da água a partir do calor, que gera as nuvens que condensam e se precipitam em forma de chuva. Rios e reservatórios que abastecem as hidroelétricas se beneficiam desse fenômeno.
Outra questão é o aproveitamento da força do vento pelos parques eólicos. Afinal, o vento é gerado a partir do aquecimento das massas de ar. Já a biomassa, que provém das plantas, é mais uma fonte renovável de energia que depende da energia solar, pois é esse recurso o responsável pela realização da fotossíntese.
Para finalizar, o corpo humano depende da vitamina D, cuja principal fonte de produção é a exposição solar.
Qual a importância da energia solar no Brasil?
Quando se discute sobre a importância da energia solar no Brasil, imagina-se que essa é uma saída inteligente e certeira para evitar as crises hídricas – e, dessa forma, assegurar a distribuição de eletricidade sem medo de apagões.
Para se ter uma ideia concreta, em 2015, dos 430.490 gigawatt/hora (GWh) de energia produzida vinda de fontes limpas no país, 359.746 GWh foram gerados por hidroelétricas, sendo apenas 79 GWh vindos de energia solar fotovoltaica.
Isso é muito preocupante, pois o Brasil é a nação que mais recebe irradiação solar em todo o mundo, por conta de sua posição geográfica. O Atlas Brasileiro de Energia Solar calcula que o país recebe, anualmente, mais de três mil horas de brilho do sol. Isso corresponde a uma incidência diária que pode ir de 4.500 a 6.300 Wh/m².
Para exemplificar, a Alemanha, em comparação ao Brasil, recebe cerca de 40% menos luzes solar em sua região de maior potencial. No entanto, é uma potência quando se trata de exploração da energia solar no planeta.
Apesar desse cenário complexo, o Brasil tem, sim, investido na tecnologia. Segundo a Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica), o gigante sul-americano ficou na décima posição em 2017, entre os maiores investidores em energia solar fotovoltaica no mundo, com 0,9 GW gerados. No início de 2018, a potência total instalada para a geração de energia a partir do sol ultrapassou a marca de 1 GW.
O país está investindo também em usinas solares, instaladas em regiões estratégicas. O destaque vai para o Nordeste, onde a Bahia figura com 17 usinas. Minas Gerais, no Sudeste, conta com 15, enquanto Amazonas, no Norte, com 14. São quase cem usinas espalhadas pelo território nacional.
Investir em energia solar também beneficia a geração de emprego, pois as usinas costumam ser construídas em regiões menos favorecidas. Além disso, esse tipo de negócio sugere muito mais o uso de mão de obra humana, já que a produção de combustíveis fósseis usufrui de tecnologias tipicamente mecanizadas.
De carona com a geração de emprego vem o desenvolvimento econômico de uma nação, devido ao investimento em inovação tecnológica. A redução dos custos, ao se comparar às fontes poluentes, é mais um fator positivo a se destacar.