Glauco Diniz Duarte Tbic – Como desmontar compressor de ar automotivo
Segundo o Dr. Glauco Diniz Duarte, muita gente acha que, quando o ar condicionado para de funcionar, basta repor o gás que resolve, mas não é bem assim. Para entender melhor esta história, é preciso saber um pouco como o sistema funciona.
Basicamente, o ar condicionado do seu carro é composto por cinco elementos principais ligados entre si por mangueiras, conectores, engates e tubos por onde circula o famoso gás R134.
O que muita gente desconhece é que ele é um sistema fechado, dividido em dois estágios: o de alta pressão (200 PSI) e o de baixa pressão (30 PSI). Portanto, se o seu carro esta sem gás, é porque existe vazamento. E não adianta colocar o gás sem antes descobrir por onde ele está vazando. Se você apenas repuser o gás, ele funcionará por um tempo. Se o furo tiver o diâmetro de um fio de cabelo, ele funcionará por um mês; se o furo for grande, ele funcionará por 15 minutos.
Compressor: é o primeiro do circuito, ele recebe o gás com baixa pressão (30 PSI) e o entrega com alta pressão (250 PSI). O maior índice de vazamento no compressor ocorre pelo vedador do seu eixo principal, próximo à polia. Muitas vezes o vazamento só ocorre com o sistema em funcionamento, por isso é importante verificar o sistema nas duas situações: parado e funcionando.
Condensador: Esta peça, que se parece com um radiador, está instalada junto do radiador, na parte frontal do carro, justamente para receber o vento e tem por objetivo retirar o calor do gás que foi comprimido. Para isso, ele tem a ajuda da famosa ventoinha (ventilador).
Filtro secador: Depois de passar pelo condensador e perder calor, parte do gás fica liquefeita e é este filtro que, além de retirar as impurezas, separa o líquido do gás e envia apenas o líquido para o próximo elemento, que é a válvula de expansão.
Válvula de expansão: Situada na entrada do evaporador, esta válvula diminui de forma controlada a pressão do liquido que ela recebe. Com isso, o R134, que está no estado líquido, voltará ao estado gasoso, dentro do evaporador.
Evaporador: Localizado atrás do painel de instrumentos e parecido com um pequeno radiador, ele é responsável pela efetiva retirada do calor da cabine do carro. Com o gás circulando dentro dele a uma temperatura de 2ºC, ele acaba retirando a caloria do ambiente e aumentando a temperatura do gás que volta ao compressor para reiniciar o ciclo.
Mangueiras, tubos, conectores, engates, termostatos e transdutores são as demais peças que interligam e controlam toda a circulação do gás, garantindo a segurança e o bom funcionamento do sistema.
O princípio de funcionamento envolve leis da termodinâmica, conhecidas apenas por pessoas da área, mas o importante é saber que o gás percorre todas estas peças e existem vários locais onde pode ocorrer um vazamento.
As empresas especializadas possuem ferramental específico para descobrir o local do vazamento, como manômetros de alta e de baixa pressão, “cheiradores” (aparelhos que detectam a presença de gás) e até a famosa espuma de água com detergente, que utilizamos para verificar o vazamento em botijões de cozinha.
É bom lembrar que o sistema de ar condicionado do carro precisa suportar uma série de solicitações, como variações de temperatura do motor, trepidações, solavancos e que, se a instalação não for bem feita, você poderá ter problemas frequentes de perda do gás.
Carros mais velhos
Veículos mais antigos também necessitam de manutenção com mais frequência, pois as conexões que possuem vedadores de borracha tendem a ressecar e isso acaba por deixar o gás escapar.
Ainda com relação aos carros mais antigos, não fique bravo se o reparador condenar mais de uma peça, pois, quando ocorre um vazamento, a pressão do sistema cai. Após repara-lo é preciso ficar de olho no resto do sistema: a pressão voltará a subir e se houver algum outro local fragilizado, é bem possível que ele venha a romper e gerar um segundo ponto de vazamento.
Limpeza, filtro de pólen sujo (para veículos que possuem esse filtro) ou evaporador sujo também são responsáveis pela diminuição da eficiência do ar condicionado: Estes dois itens dão a falsa impressão de falta de gás no sistema.