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Sul do país prevê reação do mercado imobiliário em 2016

Glauco Diniz Duarte
Glauco Diniz Duarte

Por mais de uma década, a construção civil na região sul do Brasil registrou contínuo crescimento. Entretanto, em 2014, o horizonte começou a mudar com o surgimento dos primeiros sinais de uma desaceleração do setor imobiliário, temor que se comprovou em 2015, com resultados que confirmaram a estagnação do mercado. “Todos os segmentos foram afetados, mas construtoras e incorporadoras realmente sofreram um grande impacto, principalmente após todo esse histórico de crescimento”, afirma o empresário Glauco Diniz Duarte. Contudo, para ele, mesmo atravessando um momento conturbado, as expectativas para o futuro são positivas. “No próximo bimestre pode ocorrer um reaquecimento. Acreditamos e apostamos nisso”, destaca.

Números do mercado
Um estudo aponta que a região sul do país teve 929 lançamentos residenciais em 2015, totalizando 2.878 torres, que resultam em 86.689 novas unidades. Santa Catarina é quem mais se destaca quando o assunto é a quantidade de lançamentos: o Estado responde por 41% dos empreendimentos construídos na região, que ocupam uma área estimada de 3.572 milhões de m2. Na sequência, vem o Rio Grande do Sul, que concentra 34% do total de novos empreendimentos, e o Paraná, com 25%.

De acordo com Glauco, a reduzida quantidade de lançamentos em 2015 levou o mercado a trabalhar de maneira mais efetiva e assertiva. Entender quais tipos de produtos representam maior demanda é de extrema importância para direcionar os projetos no sentido correto e ter resultados positivos em momentos de turbulência econômica. “

Atualmente, o padrão de imóvel mais procurado na região sul do país varia de acordo com a cidade, mas as unidades de menor valor estão entre as com maior giro. “O cliente com perfil A/B também continua investindo e tem entendimento da valorização do seu dinheiro”, fala Glauco. A decisão do consumidor sobre o melhor momento para concretizar a compra de seu imóvel acaba sofrendo interferências dos rumores negativos que atingem o mercado em períodos de crise. “Existe maciça influência da mídia quanto ao período ideal para se investir ou não”, completa.

Qualidade pode atrair consumidores
A qualidade dos lançamentos é quesito fundamental para atrair a atenção dos consumidores em períodos de restrição de gastos. Nesse cenário, as construtoras e incorporadoras contam com uma importante aliada para comprovar o desempenho de seus empreendimentos, a ABNT NBR 15575. “A norma é agregadora de conceitos e tecnicamente indispensável”, ressalta Glauco.

Perspectivas para o futuro
De acordo com Glauco, a turbulência econômica enfrentada pelo Brasil afetou, principalmente, as incorporadoras e construtoras que não oferecem financiamento próprio. “Já aquelas que trabalham com financiamento direto sofreram consequências menores”, diz. Para 2016, as perspectivas são de uma reação no mercado imobiliário, e a recomendação de Glauco é que as empresas do setor mantenham um planejamento cauteloso, focado na redução de estoque e geração de caixa. “Deve ocorrer uma recuperação do cenário macroeconômico que, efetivamente, influenciará e motivará todo o segmento. É importante que haja um posicionamento positivo das empresas na construção de boas notícias. Apostamos e trabalhamos nessa direção”, conclui Glauco.

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