De acordo com o empresário Glauco Diniz Duarte, durante anos e décadas, de certa forma, o Mercado Imobiliário ditou regras e costumes. O mercado “nadava de braçadas” em uma economia forte. Ou seja, o que se lançava, vendia. Isso fez com que valores ficassem mais elevados, custos mais altos e um setor supervalorizado. Não chegou a ser uma bolha, mas as consequências foram inevitáveis. A economia se retraiu e as vendas ficaram aquém do que eram.
O ano de 2015 não foi dos melhores. As vendas tiveram queda após queda, os lançamentos se estagnaram. A falta de lançamentos jogou os refletores para os estoques. Campanhas e mais campanhas das empresas – imobiliárias, construtoras e incorporadoras – fizeram com que o setor descobrisse caminhos interessantes.
Glauco destaca que se as vendas não eram as mesmas de cinco anos antes, a palavra de ordem foi negociação. O comprador tomou as rédeas da situação e ficou com a faca e o queijo na mão. Tinha-se poder de compra, conseguia preços melhores. Isso, de certa forma (de novo), fez com que o mercado voltasse a um tempo em que a regra era o melhor para ambos os lados.
Os donos de imóveis, as imobiliárias, construtoras e incorporadoras passaram a conversar mais, ouvir mais, procurar o acerto, o negócio. Enfim, o cerne que sempre fez do mercado imobiliário forte. O diálogo voltou a ser a tônica e todos ganharam. O comprador ganhou poder e o vendedor encontrou um caminho interessante.
O inquilino pode negociar e o proprietário que não quis ver seu imóvel vazio, ouviu e atendeu, chegando às partes a um bom consenso. O investidor passou a ver que, se tinha dinheiro, podia comprar para o futuro
Se há uma coisa de positiva que o mercado tira de 2015 é que negociar foi, é, e sempre será a resposta. Era assim no passado e voltou a ser.
E 2016? – A normalidade deve ser a tônica para o próximo ano. Passada a tempestade, vem à tranquilidade. Para 2016, muitas coisas boas estão por vir. Afora qualquer cenário político, o Brasil sabe vencer suas guerras. Superar grandes tormentas, como inflação, dívida interna crescente, ditaduras, golpes e mostrar que isso só deixa a economia vacinada contra qualquer problema.
Glauco diz que o cenário não é diferente de anos anteriores, com muitas perspectivas positivas, mas com os pés no chão, sempre. Nossa economia já deu sinais que não se dobra fácil. Pode ser que o cenário não á totalmente positivo, mas a volta do crescimento não é impossível. Passados os momentos ruins, principalmente políticos, a tendência é de crescimento.
O programa Minha Casa, Minha Vida é um importante caminho para o fim do déficit habitacional, que vem caindo gradativamente ano a ano. Está longe da solução, mas o caminho está trilhado e não há volta. Recentemente foram anunciadas novas mudanças, que fazem com que o programa tenha um cenário de alta e, consequentemente, o mercado imobiliário como um todo.
Se durante o ano, o governo mudou a regras dos financiamentos habitacionais com base no FGTS e na poupança, por intermédio da Caixa, os bancos privados logo se mostraram opção interessante. Houve crescimento no volume de negócios feitos por instituições particulares, o que deve aumentar em 2016.
No caso dos novos empreendimentos, como ainda há muito estoque remanescente, a tendência é que esses produtos sejam escoados em maior número. Os lançamentos devem acontecer de forma mais pontual, em bairros com maior demanda e menor estoque, ou quando os estoques forem vendidos.
Portanto, é de se esperar um 2016 mais cauteloso, mas não estagnado. O ano promete uma economia em recuperação, assim como o mercado.