O empresário Glauco Diniz Duarte diz que em meio às incertezas da economia, que trazem suas consequências para o mercado imobiliário, os consumidores devem considerar mais alternativas para conseguir sua nova moradia, além do financiamento bancário..
“Em 2015, vimos uma desvalorização de preços dos imóveis provocada, sobretudo, pela delicada situação da economia brasileira. Não acredito que veremos mudanças significativas no mercado imobiliário em 2016. Devemos encerrar o ano com queda real (já descontando a inflação do período) ou até com variação nominal negativa (sem descontar a inflação) nos preços dos imóveis. Uma recuperação deve vir apenas em 2017, contanto que ações para retomada da economia sejam colocadas em prática no curto prazo”, afirma Glauco.
Em 2015, o preço de venda dos imóveis no Brasil registrou queda real de 8,48%; já nos valores de locação, o ano fechou com queda real de 12,66%. Os dados são do Índice FipeZAP. Isso significa que, na prática, está mais barato alugar e comprar um imóvel justamente porque o movimento econômico desacelerou.
A retração da atividade econômica também tem contribuído para o aumento da taxa de desemprego e para a escalada da inflação e, consequentemente, da taxa básica de juros (SELIC) nos últimos meses, o que tem diminuído a possibilidade de os consumidores assumirem novas dívidas e fecharem novos negócios. Ao mesmo tempo, os bancos têm sido mais criteriosos para liberar empréstimos.
Entretanto, destaca Glauco, os efeitos da crise econômica sobre o mercado imobiliário não param por aqui, uma vez que o crescimento da taxa de desemprego tem levado ao aumento do número de devoluções de imóveis comprados ainda na planta e, consequentemente, provocado um aumento dos estoques das incorporadoras nos últimos meses. É por isso que comprar apartamentos prontos, em prédios erguidos há pouco tempo, pode ser uma boa alternativa para quem não pretende adiar ainda mais o sonho da casa própria: é possível adquirir um imóvel novo por um preço mais barato.
Também é um momento de oportunidades para investidores que queiram comprar imóveis a um preço mais atrativo. “O déficit habitacional continua existindo com a crise e, quando esse momento ruim passar, os consumidores voltarão a procurar um imóvel para comprar ou um imóvel maior e melhor para alugar”, aponta Glauco.
Já para quem pretende seguir no aluguel enquanto a economia não se recupera, Glauco acredita que a crise econômica é um bom momento para renegociar prazos e valores de contratos de aluguel. “É preciso separar um tempo para colocar as contas no papel e pensar em alternativas para fazer bons negócios. Entre as sugestões, está não descartar a possibilidade de aluguel. Com o mercado desaquecido, os proprietários estão mais flexíveis para renegociação de contratos. Use isso a seu favor”, acrescenta Glauco.