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Como sobreviver no mercado imobiliário em 2017?

Glauco Diniz Duarte

Esqueça tudo o que você sabe sobre economia, finanças e mercado em geral. Delete as altas taxas de juros, o crédito restritivo e a burocracia de agentes financeiros. Apague todas as equações mirabolantes. Desapegue-se de pedidos e demandas à sua divindade, mas nunca perca a esperança em sua fé.

De acordo com o empresário Glauco Diniz Duarte, infelizmente, o momento atual de mercado ultrapassa razões, lições e pretextos. A crise chegou a um momento que não adianta tão somente rogar por uma virada dos itens supramencionados. Precisamos mais do que isso. Necessitamos de confiança.

Atualmente, nós brasileiros, andamos temerosos quanto às cenas dos próximos capítulos de nossa economia. Diariamente, buscamos nos esquivar de notícias negativas com o intuito de minimizar nossa carga de sofrimento e frustração.

Esse fenômeno nacional atinge todos os mercados. Não existe exceção ou restrição. Todos estamos dispostos ao sentimento da falta de confiança.

Glauco diz que em 2016, no mercado imobiliário, no período de aprofundamento da desconfiança, vimos o desemprego na construção civil disparar, as obras atrasarem, as incorporadoras quebrarem, as vendas de imóveis encalharem e uma migração em massa de ex-funcionários do setor de imóveis para o Uber ou subemprego. Foi um ano difícil que alimentou nossas incertezas.

Enfim, recebemos 2017 de abraços abertos. Todos rogamos por um ano de virada e por dias melhores. Terá 2017 um calendário memorável? Se nossas preces trouxessem o remédio da santa felicidade, sem dúvida o novo ano seria inesquecível! Mas, sinceramente, acho melhor nos prepararmos para mais uma missão de prevenção. De fato, 2016 terminou com um rastro pesado de desconfiança. Cabe a nós tentar dissolvê-lo ou, simplesmente, driblá-lo.

Vamos aos fatos. Vamos estudar o que devemos enfrentar no novo ano. É pouco provável que a desconfiança seja dissolvida em curto prazo. O receio, a dúvida e a suspeita são sentimentos que não podem ser simplesmente apagados. Neste caso, podemos até trabalhar com uma equação básica:

Desconfiança na economia = Recessão +Desemprego.
Exemplificando o resultado da equação, uma família não tomará um financiamento para a aquisição de um imóvel enquanto persistir o medo do desemprego. O financiamento é um empréstimo que poderá ser amortizado em até 35 anos, ou seja se a família não confiar na estabilidade econômica, dificilmente tomará o crédito.

Com a decisão da família acima, as empresas abandonam novos investimentos. O incorporador deixa de lançar novas unidades no mercado, pois falta confiança quanto ao sucesso de suas vendas. Se ninguém compra, as empresas também param.

A história aponta sempre um final para esse ciclo penoso, entretanto há de ser ter paciência. Os inúmeros acontecimentos em nosso País, bem como aqueles que ainda estão porvir, apontam que essa crise de confiança ainda será de nosso convívio por algum tempo. Mas como podemos driblá-la no mercado imobiliário?

No entendimento de Glauco, existe um meio de sobrevivermos nesse momento de tempestade. Cabe a nós entender a crise e encontrar meios de escaparmos ilesos. Gosto muito de uma máxima: “para tudo na vida existe uma solução, menos para a morte”. Como estamos sãos e salvos, vamos atrás de nossa saída.
Atenção às vendas.

Glauco diz que se você é proprietário de um imóvel e deseja vendê-lo, saiba que não é um bom momento. Com a crise de confiança, os interessados abortam a compra através de financiamento bancário. Restarão os interessados com a disponibilidade de pagamento a vista. Matematicamente, é menos demanda de compradores, e uma alta oferta de imóveis. O resultado é um leilão desenfreado pela venda. Não é hora de vender, a não ser que seja uma emergência. Se houver condições alugue o imóvel. Aguarde por dias melhores. Não realize negócios desesperados. Aja sempre com cautela.

Locação. O drible da crise.
Segundo Glauco, é necessário reestruturar e replanejar sua aquisição imobiliária em curto prazo, bem como sua carreira caso você seja um corretor de imóveis. Persistir na venda é jogar tempo e disposição no lixo.

Altere seus paradigmas de negócio. Converse com o seu cliente e demonstre que as vendas estão todas em xeque.

Proprietário, se você não baixar o valor de sua locação, não irá locar, e continuará batendo de frente com a crise. Adapte-se às condições atuais. Para você que não quer se desfazer de seu patrimônio, siga esta cartilha para viabilizar o seu investimento imobiliário:
1 – Invista em seu imóvel. Realize benfeitorias. Coloque um piso de boa qualidade (muitos imóveis são entregues em osso) e luminárias. Se o orçamento permitir, instale também um aparelho de ar condicionado. Facilite a entrada do futuro inquilino. Ninguém gosta de ficar fazendo obra, ainda mais quando o imóvel não lhe pertence.

2 – Estude o preço de sua locação. Atualmente o mercado está em recessão, forçando, naturalmente, os preços para baixo. É melhor receber um pouco menos, do que ficar pagando mensalmente as taxas de condomínio e IPTU.

3 – Faça contratos mais curtos. Já que o seu desejo é livra-se apenas de uma dívida mensal de condomínio e IPTU, proponha prazos de locação menores. Alugue por 15 ou 20 meses. Se após esse período a crise ainda persistir, proponha a revalidação contratual nas mesmas condições, caso contrário comece a adaptar o preço aos novos parâmetros da economia.

4 – Aceite outros tipos de garantia locatícia. Muitos locadores ainda discriminam as garantias oferecidas no mercado. Além do fiador e do seguro fiança, existe a garantia caução de 3 meses do valor do aluguel. Nos últimos anos, o depósito caução cresceu exponencialmente e tornou-se a garantia locatícia mais usada no mercado.

5 – Use a carência como instrumento de fechamento de locação. Em alguns casos, alguns dias de carência no valor do aluguel é o empurrão que falta para viabilizar o seu negócio.

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