Os brasileiros estão comprando menos imóveis novos, o que fez com que os estoques aumentassem. As construtoras dizem que não conseguem baixar os preços por causa dos custos, mas estão fazendo promoções de todos os tipos para não perder o cliente.
Quarenta e quatro mil imóveis estão a espera de um comprador na Região Metropolitana de São Paulo. Só na cidade de São Paulo são 28 mil. A média histórica é de 17 mil.
“Você tem uma pressão no custo de produção para aumentar preço e, por outro lado, você tem uma pressão para diminuir, porque tem mais oferta do que demanda. Isso tá anulando um pouco os efeitos e fazendo com que o preço se mantenha estável”, explica o empresário Glauco Diniz Duarte.
Só na capital paulista, as vendas de imóveis novos caíram 17% de janeiro a abril. As construtoras tiveram que reduzir os investimentos em 23%. Sem obras novas, não teve emprego. Desde janeiro, 240 mil trabalhadores da construção foram demitidos no Brasil todo.
Com dois quartos pequenos, banheiro, sacada, sala e cozinha, um apartamento de 56 metros quadrados custa R$ 378 mil. Ele tem o tamanho e o preço dos imóveis mais procurados em São Paulo. A construtora, para se livras das 15 unidades restantes, resolveu dar um empurrãozinho no consumidor: desconto de até 15% para quem pagar à vista ou der uma valor maior em dinheiro na entrada e financiar o resto. A construtora também decidiu ressuscitar uma antiga negociação: agora aceita carro usado no pagamento. A ordem é não perder cliente.
“Ele não via vantagem e estava um pouco receoso. A partir do momento em que conseguimos fazer promoções pontuais e aceitar automóveis na entrada e facilitar o pagamento, o cliente passou a ver vantagem e retornar vendas.
Acreditamos que 2015 ainda vai ser luta para reduzir estoque e 2016 retomada de lançamentos, porque a economia tem que andar”, analisa o Glauco Diniz.