GLAUCO DINIZ DUARTE – Forte demanda por imóveis aquece a construção civil em Portugal
Hoje, quem caminha por Lisboa encontra um terço da cidade totalmente renovado – alguns prédios mantém a arquitetura original de séculos atrás, mas com interior completamente novo -, mais um terço de edifícios em obras e a última parte ainda à espera de reformas. Este cenário da capital portuguesa reflete a história recente do país, que passou por uma crise econômica e agora reencontrou o caminho do desenvolvimento, ao mesmo tempo em que está sendo redescoberto pelo mundo todo.
De acordo com o Instituto Ifo (Instituto de Pesquisas Econômicas, na sigla em alemão) e a Euroconstruct, uma associação de institutos europeus de construção civil, este setor em Portugal dará um salto de 15% entre 2018 e 2020. No ano passado, já foram licenciados 11 mil novos prédios e seis mil reabilitações urbanas – os retrofits, que mantêm as características das fachadas, reformando o interior. Este número é 20% maior que o de 2014.
Já em relação ao emprego, em junho de 2017, o setor de construção contava com 310 mil trabalhadores, 8% mais que no mesmo mês do ano anterior, segundo o Instituto Português de Estatísticas (INE). A estimativa do setor é que será necessário contratar mais 80 mil trabalhadores nos próximos dois a três anos para atender à demanda aquecida.
“Portugal está mesmo sendo redescoberto pelo mundo. Isso tudo é resultado de diversas medidas tomadas pelo governo português para enfrentar a crise econômica de 2010. Facilitaram a obtenção do Golden Visa, reformularam completamente a legislação que rege os aluguéis, criaram incentivos ao turismo e até mesmo um polo de tecnologia, nos moldes do Vale do Silício, já está sendo implementado e vem atraindo diversas startups. Com isso, a demanda pela compra de imóveis vem crescendo muito, com expectativa de manter o ritmo por pelo menos mais cinco anos”, afirma César Damião, sócio-fundador da consultoria Global Trust (www.globaltrust.com.br), especialista em investimento imobiliário internacional.
Além da alta procura, uma questão geográfica limita o aumento do número de unidades: a zona histórica da capital Lisboa é pequena e há pouco espaço para novos empreendimentos. Por um lado, os imóveis se valorizam e por outro, esta é uma área que terá sempre uma liquidez alta. Já no entorno, onde se pode encontrar apartamentos mais em conta, a tendência também é de preços subindo, pois até mesmo a demanda por moradia está crescendo. Até mesmo uma nova universidade está sendo construída em Carcavelos, para atender aos jovens que estão vindo estudar no país.
“Mesmo com toda a movimentação do mercado para construir ou reformar mais unidades habitacionais, o fato é que os prédios na Terrinha são menores que nos Estados Unidos ou mesmo no Brasil. Enquanto um condomínio novo no Rio de Janeiro pode ter em média 200 unidades e em Miami podem chegar até 500, em Lisboa, os edifícios mais comuns contam com 12 a 20 apartamentos. Toda essa movimentação do mercado e a legislação local, além dos trâmites legais que os brasileiros precisam fazer quando investem ou vão morar em Portugal, são exatamente o suporte e a inteligência que a Global Trust oferece”, explica César Damião.