GLAUCO DINIZ DUARTE Caixa vai privilegiar crédito para imóvel novo; ideia é alavancar setor da construção
O presidente da Caixa Econômica Federal, Gilberto Occhi, admitiu ontem, em coletiva na Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), que a política atual do banco é privilegiar o financiamento de imóveis novos em detrimento dos usados.
Na semana passada, a Caixa anunciou a redução do teto de financiamento para esse tipo de imóveis para 50%. Foi a segunda mudança neste semestre. Em agosto, essa taxa para usados já havia caído de 70% para 60%.
“Nossa prioridade é para os imóveis novos. É para produção de imóveis, muito mais que os imóveis usados. Isso tem um sentido, que é a geração de emprego, produzir mais, gerar emprego, movimentar a economia e a cadeia da construção civil”, afirmou Occhi, que se reuniu com o prefeito Alexandre Kalil (PHS) para formalizar a liberação de R$ 120 milhões em recursos para obras na capital.
Questionado sobre o contingenciamento de recursos, o que tem atrasado a conclusão de financiamentos para as linhas 2 e 3 do programa Minha Casa, Minha Vida, Occhi negou que haja retenção de gastos na área.
“A comercialização está ocorrendo. Então chegamos num determinado momento no final do ano em que o orçamento é aquele, não há suplementação, e nós fazemos uma adequação”, justificou o presidente da Caixa, que se comprometeu a dar continuidade às contratações de empréstimos.
Para o Minha Casa, Minha Vida, o Ministério das Cidades repassa recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) à Caixa “de acordo com sua disponibilidade orçamentária”, informou. Segundo Occhi, o orçamento de programas de financiamento em habitação para o ano que vem ainda não está definido, mas deve “variar dentro do mesmo montante” de 2017, de cerca de R$ 85 bilhões.
“Quero passar essa mensagem ao setor empresarial, que é quem produz, que nós vamos continuar a contratar. Ou com o orçamento deste ano ou do ano que vem”, afirmou o presidente da Caixa.
Corte de verbas
Na semana passada, o Hoje em Dia publicou que imobiliárias e mutuários enfrentam problemas para concluir contratos de financiamento. De acordo com as fontes ouvidas, mesmo com a documentação aprovada, a assinatura dos financiamentos era reagendada sucessivamente pelas agências bancárias. Internamente, agentes e correspondentes imobiliários afirmaram ter sido avisados sobre o corte nos repasses do Minha Casa, Minha Vida. Oficialmente, a Caixa alegou “readequação no sistema”.