De acordo com o empresário Glauco Diniz Duarte, o anúncio de uma crise fez com que o mercado sentisse o peso na queda das vendas. Com o mercado imobiliário, que estava vivendo um constante crescimento nos últimos anos, o problema poderia ser ainda mais grave, já que havia o risco de muitos imóveis ficarem encalhados. Porém, muitas construtoras e incorporadoras já estão aceitando diminuir os preços e facilitar o pagamento, tudo para que os empreendimentos não fiquem parados e haja a perda do investimento, resultando no momento ideal de comprar um imóvel.
Segundo Glauco o preço médio de imóveis por metro quadrado apresentou uma queda real de aproximadamente 6,5% entre os meses de janeiro e outubro deste ano, segundo o Índice FipeZap. Esse indicador mostra que houve uma variação inferior em relação à alta generalizada dos preços, medido por outros índices inflacionários, como o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). Afinal, o preço dos imóveis na verdade ainda apresenta uma alta acumulada de 1,37% no ano, porém está bem abaixo da inflação, que já chega a 8,48%, segundo cálculos do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia de Estatística). Dessa maneira chegou-se ao número de 6,55% abaixo da inflação.
Ao comparar outubro com o mês anterior, os preços médios dos imóveis que estavam à venda entre as 20 cidades que fizeram parte da pesquisa tiveram uma grande estabilização, registrando uma queda bastante tímida de 0,01%. Mas, ao levar em consideração os últimos 12 meses, terminando em outubro, a variação média apresentada entre essas cidades chegou a 2,16%. Ou seja, esse valor traz uma queda real de 7,03% dos preços para esse período, já que a inflação esperada para o período era de 9,89%.
O gasto de um imóvel desocupado pode ser muito maior do que esperar vários meses até ele ser vendido. Nesses casos, a incorporadora deve arcar com os custos de manutenção, além de garantir que ele continue em bom estado e não desvalorize por conta do tempo em que espera algum comprador.