GLAUCO DINIZ DUARTE Em 2016, as Energias Renováveis empregaram 9,8 milhões de pessoas em todo o mundo
O relatório da IRENA, Energias Renováveis e Empregos – Revisão Anual de 2017, afirma que o emprego global de energia renovável em 2016, excluindo grandes hidrelétricas, atingiu 8,3 milhões. Se o emprego direto na grande hidrelétrica for incluído, esse número sobe para 9,8 milhões – um aumento de 1,1% em relação a 2015.
“A diminuição dos custos e as políticas facilitadoras tem impulsionado o investimento e o emprego em energias renováveis em todo o mundo desde a primeira avaliação anual da IRENA em 2012, quando pouco mais de sete milhões de pessoas estavam trabalhando no setor”, disse Adnan Z. Amin, diretor geral da IRENA. “Nos últimos quatro anos, por exemplo, o número de empregos nos setores solar e eólico combinados mais do que duplicou”, acrescentou Amin.
O relatório mostrou que a energia solar fotovoltaica foi o maior empregador no ano passado, representando 3,1 milhões de empregos, um aumento de 12% em relação a 2015. O crescimento veio principalmente da China, Estados Unidos e Índia, enquanto o emprego diminuiu pela primeira vez no Japão e continuou a declinar na União Europeia. Novas instalações de energia eólica nos Estados Unidos, Alemanha, Índia e Brasil, entretanto, contribuíram para o aumento do emprego eólico global em 7%, para chegar a 1,2 milhão de empregos. Enquanto os biocombustíveis foram responsáveis por 1,7 milhão de empregos.
Amin continuou afirmando que o potencial para empregos renováveis era significativo. “Como as escalas continuam a inclinar-se em favor das energias renováveis, esperamos que o número de pessoas trabalhando no setor de energias renováveis possa chegar a 24 milhões até 2030, mais do que compensar as perdas de postos de combustíveis fósseis, se tornar um grande motor econômico em todo o mundo”.
Globalmente, a IRENA disse que 62% dos empregos estão na Ásia. Somente na China, 3,64 milhões de pessoas estavam trabalhando em renováveis no ano passado, um aumento de 3,4%.
A África era outra área onde os desenvolvimentos em escala de utilidade haviam feito “grandes avanços”, disse a IRENA, embora as soluções fora da rede também estivessem desempenhando um papel fundamental.
“Em alguns países africanos, com recursos e infra-estrutura adequados, vemos surgirem empregos na fabricação e instalação de projetos em escala de utilidade”, disse Rabia Ferroukhi, diretora da Unidade de Política da IRENA e vice-diretora de Conhecimento, Política e Finanças.
“Para grande parte do continente, entretanto, as energias renováveis distribuídas, como a energia solar off-grid, estão trazendo acesso à energia e desenvolvimento econômico”, acrescentou Ferroukhi. “Estas soluções de mini-grid e off-grid estão dando às comunidades a chance de saltar no desenvolvimento de infra-estrutura de energia elétrica tradicional e criar novos postos de trabalho no processo.”