Glauco Diniz Duarte Tbic – o que é energia renovavel exemplos
Segundo o Dr. Glauco Diniz Duarte, trata-se de energia renovável (ou alternativa) todas aquelas que vêm de fontes naturais que possuem capacidade de se regenerar ou renovar.
Isso significa dizer que estas não se esgotam e seu consumo não depreda a natureza.
Entre as energias renováveis estão a hidráulica (dos rios), solar, eólica (dos ventos), biocombustível fora outras como a heliotérmica, geotérmica, maremotriz e osmótica.
A principal razão para incentivar o uso das energias renováveis é a preservação do meio ambiente. Uma vez que as energias não renováveis, como o petróleo, podem e normalmente causam sérios impactos.
PRODUÇÃO E USO DAS ENERGIAS RENOVÁVEIS
As energias renováveis não são novidade no mundo.
Um exemplo disso é que em 1942 os mísseis alemães já utilizavam álcool combustível feito de batatas, considerado um biocombustível.
Já no Brasil utilizamos o etanol desde 1925, o que poderia fazer do Brasil uma potência no setor. Os planos só não deram certo devido a queda do preço do petróleo.
Desde então, pesquisar fontes alternativas tem sido um processo lento e caro, o que afasta os brasileiros de buscar a utilização de energias renováveis.
Quem sabe já pesquisou sobre uns painéis solares para sua casa sabe do que estou falando…
O senado brasileiro tenta de maneira sorrateira forçar as pesquisas de energia energias renováveis. A tentativa é feita através do Projeto de Lei do Senado (PLS) 696/2015 que altera as disposições das leis anteriores.
Basicamente, o dispositivo de lei torna obrigatório o uso de recursos de empresas do setor elétrico e petróleo em pesquisas de energias renováveis.
Seja energia solar ou biomassa, o que se pede é que os setores caminhem para alternativas viáveis.
É claro que a energia renovável não é só assunto do setor energético em si e, portanto, há outros interessados na pesquisa e desenvolvimento de novas formas de baratear ou até zerar o custo energético.
Os exemplos a seguir são da área do saneamento básico.
Esgoto transformado em energia renovável
Quem poderia imaginar que o esgoto poderia gerar energia?
Pois é, não só pode como tem gerado em muitos lugares no mundo.
Um exemplo disso são os jovens empreendedores Luis Felipe Pereira e Marcio Schittini. Em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), montaram um projeto piloto para produção de energia com rejeitos de esgoto.
O projeto foi implantado na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Alegria na zona norte do Rio de Janeiro.
Uma das partes mais atrativas é que a energia elétrica gerada serve para abastecer a própria unidade de tratamento, quase zerando a necessidade de fontes externas.
Constantemente falamos no blog sobre o quanto falta para coletar e tratar o esgoto no país. Os números estão longe de ser satisfatórios.
Mas o fato é que a pesquisa e inovação é um facilitador no processo de universalização do saneamento básico. E esse facilitador tende a romper a barreira dos custos de operação de uma ETE.
Atualmente o maior custo de uma empresa no tratamento de esgoto é o pessoal, seguido da energia elétrica.
O EXEMPLO DO REINO UNIDO
Há países que não perdem tempo quando o assunto é inovação.
A cidade de Didcot no Reino Unido tem um projeto de conversão de rejeitos do esgoto em gás que beneficia os moradores.
Foram chamados pesquisadores da Plataforma de Cidades sustentáveis, para suprir a necessidade de aquecimento das casas.
A solução proposta foi produção é simples na verdade: A estação recebe os rejeitos e faz a separação entre água e lodo. O lodo é repassado para outro tanque iniciando o processo de fermentação anaeróbica. Esse estágio dura algumas semanas e onde se coleta o gás que será distribuído.
Os rejeitos restantes são utilizados para produzir fertilizantes para lavouras e plantações.
O processo completo da saída do esgoto da casa até a chegada do gás para funcionamento dos sistemas de aquecimento dura em média 23 dias. Inicialmente o projeto foi implantado em 200 casas.
Lixo transformado em energia renovável
Temos uma acelerada produção de lixo, que consequentemente vira lixão nos grandes centros urbanos. Lugares esses que geram problemas de saúde pública e ambientais.
E claro, que essas mesmas cidades estão em busca de eficiência energética devido ao alto consumo.
Mas a produção do biogás pode ser, como diz o ditado, o que vai matar dois coelhos com uma cajadada só.
O biogás é a resultante da fermentação anaeróbica da biomassa por bactérias. Essa biomassa pode ser composta por matéria orgânica, resíduos agrícolas, madeira, bagaço da cana-de-açúcar, esterco, cascas de frutas e restos animais.
Em resumo, o biogás consome lixo para produção de uma energia limpa e sustentável.
No Brasil, a opção se torna interessante devido à disponibilidade de espaço físico que permite a exploração energética do lixo. O processo de produção de biogás dura aproximadamente seis meses.
E o melhor é que se pode evitar que o gás escape para o meio ambiente, considerando que o metano é um dos gases que iria agravar o efeito estufa.
Já em outros países a forma mais comum de direcionar o lixo é a geração de energia térmica por meio da queima.
Em todo o mundo existem aproximadamente 1,5 mil usinas térmicas, sendo os líderes no ramo o Japão, o bloco europeu, a China e os Estados Unidos.
O Brasil tem lugares com esse interesse, mas nenhuma Usina Térmica em operação com esse perfil.
O processo consiste em reduzir o lixo a 12% em média do seu tamanho original com a queima. O material restante pode ser utilizado como base para asfalto.
Como o custo de produção megawatt-hora é elevado, as empresas precisam de incentivos fiscais, como a redução de impostos, ou mecanismos voltados para o setor.
Uma das polêmicas que cercam a queima do lixo é a produção de substâncias cancerígenas. Como são as dioxinas e furanos liberados.
Segundo entendimento da maioria dos países a queima acima de 900° elimina o risco. Para outros, como a Alemanha, são exigidas novas tecnologias para assegurar a qualidade do gás liberado.
Águas gerando energia elétrica
Se esgoto e lixo podem virar energia, porque não as águas tratadas?
É comum o uso de hidrelétricas e águas correntes, mas a cidade de Portland resolveu inovar.
Localizada no estado americano de Oregon, a empresa que administra o saneamento resolveu colocar turbinas para gerar energia dentro dos encanamentos que levam água até o consumidor.
O sistema é simples apesar de ter algumas ressalvas, tal como um lugar com determinada força da gravidade para viabilizar o sistema.
O método desenvolvido pela LucidEnergy percebe o fluxo de água e transmite o movimento para o gerador, produzindo a energia elétrica e destinando à rede elétrica da cidade.
O fato é que os Estados Unidos gastam 6% da energia produzida para tratamento de água, mas implantações como essa poderiam reduzir os custos no tratamento.
O sistema foi lançado em 2015 e esperava-se uma geração de até 1100 MWh por ano, suficiente para abastecer em torno de 150 residências.
ENERGIAS RENOVÁVEIS E OS CRÉDITOS DE CARBONO
Como nem todas as empresas podem se adaptar ao novo modelo de preservação ao meio ambiente de maneira imediata foram criados mecanismos mundiais para tentar incentivar os setores que podem manter suas práticas.
O benefício por ser uma empresa que faz parte do Movimento de Desenvolvimento Limpo é gerar os créditos de carbono.
Posteriormente, esses créditos podem ser vendidos para empresas que não são sustentáveis. É uma forma de compensar monetariamente suas emissões de carbono anteriores ou poder emitir mais no futuro.
Um exemplo disso são as hidrelétricas que utilizam os cursos dos rios de maneira sustentável.
A primeira usina hidrelétrica de grande porte a gerar créditos de carbono foi a Santo Antônio no estado de Rondônia.
A turbina vulvo utilizada não necessita de um reservatório de água. Isso permite eficiência máxima com o menor impacto possível no meio ambiente.
A Hidrelétrica Santo Antônio produz 8,5 megawatts por km² de reservatório.
Os organizadores do projeto foram parabenizados pelos representantes do BNDES e pelo secretário adjunto do Ministério das Minas e Energia.
Enfim, as companhias e empresas estão sempre em busca de novos modos de operação que beneficiam seus investimentos.
Ao passo que se procura a sustentabilidade financeira e ambiental, concluímos que isso pode ser alcançado com uso de energias renováveis.