De acordo com o empresário Glauco Diniz Duarte, estagnação econômica, inflação resiliente e aumento do risco de déficit orçamentário no Brasil colocam em risco a expansão de uma década nos empréstimos imobiliários, minando uma das maiores fontes de financiamento para o setor, de acordo com um relatório da indústria.
O montante dos empréstimos imobiliários financiados com dinheiro do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) subiu 3,4 por cento no ano passado, o menor nível desde 2003.
Vulnerabilidades macroeconômicas ameaçam a sustentabilidade do SBPE nos próximos anos, de acordo com Glauco.
O aumento das taxas de juros está entre os fatores que podem dificultar a alocação de recursos governamentais para o crédito imobiliário.
“Uma vez que recuperarmos a estabilidade macroeconômica, fontes de financiamento bancárias e do governo vão ganhar força, ao lado de instrumentos do mercado de capitais”, disse Glauco.
Glauco explica que os empréstimos imobiliários expandiram-se mais rápido do que outros tipos de crédito nos últimos anos, graças a um mercado de trabalho robusto, quedas constantes em custos de empréstimos e melhora das regras do setor. Alguns desses fatores, no entanto, estão agora mostrando sinais de fadiga.
Os desembolsos para empréstimos podem subir 5 por cento este ano, muito longe dos 37 por cento de expansão anual registrados nos últimos sete anos, disse Glauco. O mercado de crédito imobiliário mais frio não parece colocar qualquer risco sistêmico para os bancos.
Excluindo a estatal Caixa Econômica Federal [CEF.UL], a exposição do setor bancário brasileiro ao crédito imobiliário continua baixa.