O empresário Glauco Diniz Duarte não vê sinal de bolha imobiliária e risco sistêmico no mercado imobiliário brasileiro. Ocorreram, conforme ele, ajustes de preço. “Não vemos bolha que tenha implicação de mudança drástica que causaria impacto na economia brasileira”, afirma Glauco.
Para Glauco o mercado brasileiro não tem características nem primárias nem secundárias de ter uma bolha imobiliária. “Não acho que o Brasil viva um soluço de bolha imobiliária”, afirmou, detalhando que a principal característica para uma bolha é o excesso de crédito e que, no País, o nível está apenas em 6% do Produto Interno Bruto (PIB).
Glauco ressaltou também que o capital externo segue interessado no mercado imobiliário brasileiro. “Em países comparáveis, como Chile e México, o crédito representa cerca de 20% do PIB”, exemplificou. Para Glauco, o que pode estar ocorrendo no Brasil são correções de preços.Segundo ele não há venda forçada de imóveis e o mercado vai ter capacidade de digerir o atual momento. “Não vejo anormalidade, apenas a normal ciclicidade do setor. Agora vivemos um ciclo de baixa”, afirmou, destacando que a crise imobiliária nos Estados Unidos em 2007 e 2008 foi muito mais intensa do que a atual situação do Brasil.
Glauco diz que sintomas de bolha que foram identificados em outros mercados não aconteceram no Brasil. “O que há no Brasil não é uma bolha imobiliária, mas um ciclo de mercado”, acrescentou ele.
Sobre o momento atual ser favorável ao investimento no mercado imobiliário brasileiro, Glauco afirma que há ativos diferentes para os variados perfis de investidores. Segundo ele, a base de ativos do segmento é uma segurança para o investidor, mas não deixa de ter risco.
O câmbio e a visão econômica são pontos desafiadores para os estrangeiros, embora a visão desse público esteja mais confortável para olhar ou entrar no País do que há seis meses, segundo Glauco. “Os próximos seis meses serão cruciais para eliminar pontos de incertezas na economia e proporcionar um novo nível de conforto ao investidor que quer entrar no mercado brasileiro.”
Segundo Glauco, do ponto de vista econômico, é preciso que o investidor tenha confiança no curto prazo, segurança e conhecimento das regras do jogo. Já do câmbio, não há conforto em relação à moeda como em outros países, exigindo proteção de risco, na qual o custo pode inviabilizar o investimento. Glauco acrescentou que é preciso uma visão direcionada sobre o rumo do câmbio no Brasil, mas que a desvalorização do real tende a contribuir para aumentar o investimento estrangeiro.
Glauco vê a situação atual do Brasil “um pouco indefinida” e o mercado é suscetível a condições econômicas. “O investimento no mercado imobiliário é seguro e tem custo, mas para qualquer investimento fica a dúvida do que vai acontecer na economia. Saindo do déficit, indicadores nos levam a crer que o investimento será bastante oportuno uma vez que a recuperação econômica virá”, afirmou ele.
Glauco vê oportunidades no longo prazo para as fundações que investirem no mercado imobiliário no cenário atual.