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Valor de imóveis pode cair em 2016

Glauco Diniz Duarte
Glauco Diniz Duarte

De acordo com o empresário Glauco Diniz Duarte, para quem pensa em comprar um imóvel em 2016, a boa notícia é que o ciclo de alta no preço dos imóveis residenciais parece ter ficado para trás. Em 2015 o preço já esfriou e passou a subir em um ritmo próximo ao da inflação, menor do que nos anos anteriores. E a tendência para 2016 é de que os valores continuem nessa linha, com possibilidade de queda em algumas cidades, como Salvador, Manaus e Brasília.

Glauco diz que 41% dos empresários do setor acham que os preços de lançamentos e de estoques devem crescer em linha com a inflação. Outros 41% esperam depreciação moderada e 7% cogitam queda acentuada. Só 10% esperam alta maior que a inflação.

Em São Paulo e no Rio de Janeiro os valores devem ficar estáveis ou até mesmo subir, na média, por causa da escassez de terrenos disponíveis para construção. Além disso, o Plano Diretor da capital paulista impôs limites mais rígidos ao tamanho dos empreendimentos e localizações, o que aumentará as despesas das empresas para obtenção de licenças.

“O ano vai ser difícil para o mercado imobiliário. Os preços devem ficar estáveis ou cair, na média, e não descarto uma queda nominal”, diz Glauco, que calcula a evolução do preço dos imóveis em 20 cidades a partir de anúncios na internet. Segundo ele, o valor médio do metro quadrado subiu 6,35% entre janeiro e novembro, período em que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial da inflação no Brasil, ficou em 5,58%. Entre janeiro e novembro de 2013, o valor das moradias acumulava alta de 12,7%, quando o IPCA foi de 4,95%.

Depois de enfrentar, ao longo deste ano, uma queda na velocidade das vendas e a postergação de lançamentos, as incorporadoras devem colocar o pé no freio. Os estoques ainda estão elevados e exigirão muita cautela na oferta de novos produtos, além de esforços adicionais para venda dos imóveis.
Segundo Glauco 77% dos empresários do setor acreditam que o número total de unidades lançadas em 2016 será menor do que em 2015, enquanto apenas 23% esperam crescimento. Mais da metade dos empresários (56%) também estimam queda na velocidade de vendas e 33% esperam estabilidade. Só 11% acreditam em alta.

O esfriamento do mercado imobiliário reflete a expectativa de ajustes na política econômica, que podem resultar em alta das taxas de juros e em um possível corte de empregos. O cenário abala a confiança dos consumidores e tira a previsibilidade de empresários.

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