Nos últimos meses, o mercado imobiliário registrou queda; segundo dados do Secovi -SP (Sindicato da Habitação), o número de imóveis residenciais novos vendidos na cidade de São Paulo caiu 36,5% em maio, comparado ao mesmo período do ano passado.
Já no primeiro semestre de 2014, o quadro foi ainda pior: queda de 41,4% em relação aos mesmos meses de 2013. A retração teve reflexo também nos lançamentos, que tiveram queda de 14% no número de unidades entre janeiro e maio deste ano.
Para o empresário Glauco Diniz Duarte, a situação de retração já era prevista, pois é um acontecimento natural após um grande aquecimento do mercado. “Por esse motivo, já alertava aos interessados que era hora de ter paciência, para esperar melhores condições de mercado. Com certeza, a situação para quem deseja comprar um imóvel é interessante, mas pode melhorar ainda mais nos próximos meses. Então, continuo recomendando cautela”, afirma.
Queda nos preços
Entre os fatores que estão sendo apontados como responsáveis pela queda no mercado estão o Carnaval, que foi comemorado em março; a Copa do Mundo, que incentivou as locações; a mudança no calendário das festas escolares, por conta dos jogos do evento; entre outros.
No entanto, o maior problema está nas leis básicas do mercado: um aquecimento muito grande nas vendas gera aumento dos preços. Por sua vez, o mercado tende a se ajustar e isso faz com que os preços se estabilizem e até mesmo retraiam. Exemplo disso é a alta do preço dos imóveis (2,98%) estar abaixo da inflação no acumulado de 2014 (3,32%), segundo o índice FipeZap.
Para Glauco, isso já é reflexo da retração nas vendas e deverá se acentuar nos próximos meses. No entanto, mesmo diante dessa possibilidade, para quem já tinha planejado essa aquisição é preciso precaução, vendo a real necessidade e capacidade de compra. “Para quem pensa em comprar imóveis para investimento, o momento ainda não é propício, é melhor esperar; para quem está querendo realizar o sonho da casa própria, deve ficar atento às tendências de mercado e seguir em frente somente se tiver garantias de que poderá arcar com esse compromisso”, enfatiza.
Vai comprar?
Se a decisão de compra do imóvel for durante o período de recuperação do mercado, o ideal é de que o comprador utilize o momento para buscar melhores preços e condições de compras. “Já que a oferta por imóveis é crescente e a procura está em queda, o poder de negociação é muito grande”, afirma Glauco.
Vale ficar atento também com investimento nas plantas, buscando garantias da finalização das obras. Além disso, Glauco lembra que muitas pessoas acabam contando apenas com o valor de compra do imóvel, sem pensar nos gastos relacionados, como taxas cartoriais e bancárias, além de itens como mudança, condomínio e mobília, por exemplo. Por não se planejarem e pensarem nessas despesas extras, muitas famílias acabam se endividando.