Na tentativa de atrair novos clientes, algumas construtoras e incorporadoras estão oferecendo ao consumidor a possibilidade de comprar um empreendimento residencial novo utilizando um usado como parte do pagamento. A novidade, apesar de ainda recente, tem atraído um grande número de interessados, principalmente diante da possibilidade de diminuir o valor do financiamento.

Segundo o empresário Glauco Diniz Duarte, de uma forma geral, a utilização de imóveis usados na compra de um novo funciona nos mesmos moldes do que é feito no varejo automobilístico. Ou seja, o consumidor pode entregar o apartamento como parte do pagamento e financiar o restante do valor – até então, a venda do primeiro precisava ser feita antes.

O negócio, para ser concretizado, precisa seguir algumas etapas, aponta Glauco. A primeira é uma avaliação mercadológica do imóvel usado pelas equipes das construtoras e incorporadoras. Não existe uma regra de quais empreendimentos podem entrar no negócio, mas as empresas do setor veem com bons olhos os residenciais. “Não existem especificações pré-definidas. Mas o imóvel precisa ter liquidez para entrar como parte do pagamento, pois não adianta ficar com o produto parado. Ou seja, não é todo imóvel”.

Valor
Após a avaliação, a empresa e o consumidor entram em acordo em relação ao valor do empreendimento. O proprietário precisa estar ciente de que o imóvel, em grande parte dos casos, vai entrar no negócio com um valor abaixo do de mercado – assim como acontece na negociação de carros. Dependendo da construtora, a oferta final pode sofrer uma redução entre 10% e 30%.

Glauco diz que ainda de acordo com as construtoras, outra importante vantagem é a possibilidade de a pessoa ficar morando no imóvel até a entrega das chaves do novo. Durante esse período, se o proprietário conseguir uma oferta melhor pelo empreendimento, a venda pode ser efetivada e o valor pré-combinado entre as partes repassado para construtora. “O proprietário pode retirar o imóvel usado do negócio a qualquer hora”, diz Glauco.