A crise afetou a economia brasileira e, com o cenário de instabilidade, trouxe como consequência a desaceleração do mercado imobiliário. Se por um lado o cenário não é positivo, por outro criou um clima favorável para quem está pensando em realizar o sonho da casa própria. Como existe uma expectativa de que a economia não vai ter uma recuperação significativa em 2016, a tendência é que os estoques das construtoras continuem altos, os valores mais baixos e que as promoções aconteçam. Porém, é inevitável lembrar que as taxas de juros cresceram bastante. Portanto, fica a pergunta: esta é a hora de comprar um imóvel?
Para quem não tem o valor integral do imóvel, existe um receio muito grande na hora de fechar o negócio. Principalmente porque há uma incerteza em relação ao futuro. Com a economia instável, o emprego e a manutenção da renda também tendem a ficar instáveis. E, para quem vai optar por um financiamento para comprar a casa própria, essas questões pesam principalmente pelo tempo que pode-se levar para quitar a dívida, cerca de 30 anos. “Esse quadro faz com que as pessoas adiem este tipo de projeto a longo prazo”, explica o empresário Glauco Diniz Duarte.
No entanto, as expectativas econômicas para 2016 ainda são incertas e não existe uma previsão de que haja uma melhora significativa. “O mercado tende a acompanhar a dinâmica da economia e o cenário para este ano ainda é adverso, com expectativa de queda do PIB (Produto Interno Brasileiro)”, diz Glauco, para completar que a perspectiva passa a ser melhor para 2017. “Se a economia começar a se ajustar, a tendência é de melhora para o próximo ano”.
Portanto, 2016 se mostra favorável para a compra de um imóvel. Primeiro porque os estoques das construtoras ainda estão em alta, como resultado da retração do mercado em 2015, os preços estão mais baixos e existem muitas promoções. Inclusive, os preços dos imóveis usados seguem a tendência dos novos. E é importante entender que, com a volta da economia a patamares positivos, o mercado volte a ficar aquecido, os valores mais altos e que não exista mais tanta oferta de promoção.
Se a hora é agora, ainda assim é fundamental compreender em quais circunstâncias vale a pena investir em um imóvel. Para quem tem o dinheiro integral para quitar, o momento é o ideal. “Este é o momento perfeito para quem pode pagar à vista porque vai ter um poder de barganha maior”, explica Glauco.
Já no caso do financiamento, vale ressaltar que os juros sofreram elevações seguidas por conta da redução dos depósitos e o incremento dos saques de poupança, a principal fonte dos financiamentos imobiliários. Por isso, nestas condições, Glauco sugere que o cliente junte um bom dinheiro para dar de entrada e fechar um financiamento menor, seja em prazo ou no valor das parcelas. “O melhor é dar uma boa entrada, no caso do primeiro imóvel, ou dar o imóvel já existente como entrada, se for uma mudança”, explica.
No final das contas, a ideia tanto para quem pretende pagar à vista ou financiar é a mesma: pesquisar e analisar o imóvel que oferece as melhores condições. “O negócio é procurar com calma, conseguir fechar uma condição melhor, com uma negociação vantajosa e fechar uma aquisição que não vá se arrepender”, afirma Glauco.
Paciência é a palavra-chave. “As construtoras estão oferecendo excelentes condições para os compradores. O ideal é estudar, comparar as ofertas, barganhar preço e até tentar incluir na negociação os custos inerentes do imóvel, como escritura e ITBI, para tentar negociar um pacote”, conclui Glauco.