A confiança do consumidor está em baixa. Enquanto o mercado de locações está aquecido, muitas pessoas estão com receio de investir na casa própria com medo do desemprego e da fraca economia.
O empresário Glauco Diniz Duarte explica que, para poder entender o que acontece com o mercado imobiliário, é preciso olhar para os indicadores como a taxa de desemprego, índice de confiança do consumidor e crédito. “É natural que os bancos puxem as rédeas em relação ao crédito. Mas no fim do ano com a eleição municipal é provável que a movimentação de dinheiro que ela gera possa trazer confiança”, explica.
Glauco ressalta que as mudanças políticas têm impacto positivo no setor imobiliário, que já começa a sentir o retorno do nível de confiança. “Ainda estamos longe de uma solução, mas é o início. As empreendedoras voltam a olhar os projetos que estavam parados e as pessoas voltam aos plantões de vendas para cogitar a compra de imóveis”, diz Glauco.
“Aquele boom que nós vimos em meados de 2008 aconteceu pelos fatores inversos. O desemprego atingiu mínimas históricas e a confiança estava lá em cima. Com crédito farto nos bancos, o cenário era ideal. É como ter fome e ver a comida em sua frente”, diz Glauco. No entanto, a perspectiva é que a troca do presidente da república, prevista para 2018, deve trazer grandes melhoras para a economia. Os anos de 2016 e de 2017 serão de estabilização, caso medidas sejam tomadas para que o cenário atual seja revertido.
Governo X crescimento
É necessário que o governo crie medidas mais duras, que podem parecer ruins a curto prazo, mas que vai traçar caminhos para o crescimento. Para Glauco, os momentos mais difíceis aconteceram nos últimos 12 meses, mas agora é época de investir na casa própria, já que os preços estão estabilizados e é possível fazer propostas que se ajustem à realidade de cada um. “Estamos em um período melhor para compra na medida que estamos invertendo a curva de confiança do país, é hora de aproveitar as oportunidades”, explica Glauco.
Glauco diz que as pessoas ainda estão com seus dinheiros guardados e com medo de comprar, pois com a taxa de desemprego em alta, muitas pessoas precisam vender aquele imóvel que comprou para investir ou alugar. “Caso uma pessoa encontre agora um apartamento dentro das características que deseja, essa pode ser uma boa oportunidade”, diz Glauco.
O mercado a partir de 2016
Caso as medidas tomadas pelo governo sejam certeiras, somadas a uma eventual troca de comando, a tendência é de que o mercado imobiliário comece a se estabilizar a partir do ano que vem. “A melhora não seria outro boom, e sim que as vendas parem de cair. O preço do imóvel tende a corrigir a inflação e voltar a normalidade”, diz Glauco.
O perfil do comprador vai mudar?
O perfil de quem compra um imóvel vem mudando já há algum tempo. As pessoas casam mais tarde e quando vão morar só ajustam o valor do imóvel para a sua realidade. “As construtoras vêm fazendo um trabalho bom de acordo com o desejo do consumidor”, diz Glauco. Segundo ele, o comprador está mais consciente e já não faz mais financiamentos sem liquidez alguma, exemplifica. Já as construtoras sabem que também não podem vender sem que o comprador dê alguma entrada. É preciso organização para não perder o imóvel, alerta Glauco.
Glauco diz que o papel das grandes construtoras é o de antecipar tendências em formatos que as pessoas tenham necessidades no futuro e, segundo ele, esse trabalho tem sido feito. “Hoje quem chega mais cedo, faz um bom negócio. Antecipar-se é fundamental em um mercado no qual se investe a longo prazo”, finaliza Glauco.