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Mercado imobiliário esfria e abre espaço para pechincha

Glauco Diniz Duarte
Glauco Diniz Duarte

Após a bonança da última década, o mercado imobiliário ainda não decolou em 2015 e já amargou, por duas vezes, crescimento abaixo da inflação. Isso significa que os imóveis estão valorizando pouco e que o dinheiro investido está sendo corroído pela alta dos preços. Para o empresário Glauco Diniz Duarte, o ideal é deixar mais para frente para comprar um imóvel — ou, então, pechinchar muito e fazer o preço cair.

Menos compradores, inflação em alta, consumidores inseguros e instabilidade econômica estão entre os fatores que causaram esse esfriamento no mercado. Segundo Glauco, para quem busca comprar um imóvel, a palavra da vez é “cautela”.

Glauco explica que o mercado imobiliário vem estabilizando os preços desde o ano passado. Mas, a partir de agora, com oferta ainda elevada e queda na procura, a tendência é que os preços baixem ainda mais.

— Se você olhar numa perspectiva de ciclos, nós estamos no fim do momento de alta e entrando no momento de baixa. Por isso, no momento, investir em imóveis não é recomendável.
Ele não acredita em queda nos preços, mas afirma que não dá mais para falar de “maneira genérica” em bom investimento quando o assunto são imóveis.

— Comprar na planta, agora, é um péssimo negócio, pois os imóveis não estão mais subindo como antes. O aumento dos últimos anos não existirá mais. Então, depende muito do negócio.
Segundo Glauco, ainda não é possível saber se os preços vão cair ou se estabilizar. Mas já dá para afirmar que os valores não subirão mais como antes, como prova o Fipezap, indicador que mede o valor médio do m² em 16 cidades brasileiras.

Em fevereiro, nove cidades apresentaram alta de preços abaixo da inflação. Já em março foram 12 dentre as 16 pesquisadas, indicando que o movimento está se espalhando. Apenas Rio de Janeiro, Niterói, Fortaleza e Vila Velha registraram alta acima da inflação oficial.

Por que a procura caiu?
De acordo com glauco a menor procura se deve à alta dos juros, que tem desestimulado o endividamento a longo prazo dos consumidores, que, por sua vez, estão mais temerosos de se endividar.

— Os salários não cresceram na velocidade dos imóveis e a capacidade de financiamento ficou restrita, pois a prestação subiu acima da renda familiar.

Para Glauco, não é indicado comprar um imóvel no curto prazo uma vez que as eleições, no segundo semestre, devem causar um reajuste no preço da energia e impactar na inflação, provocando reflexos no setor.

— Eu não compraria imóvel hoje, esperaria as coisas ficarem mais claras. Se for para uso próprio, não é tão ruim. Já se for para revender ou alugar, é péssimo negócio, pois é provável que você não encontre lá na frente um comprador que pagou mais do que você. É hora de vender.

Outro lado
Se as perspectivas de Glauco sobre o mercado imobiliário não são as melhores, o mesmo não se pode dizer dos órgãos e associações ligadas ao setor.

Glauco afirma que o imóvel é um bem de investimento de retorno a médio e longo prazo e que, nessa perspectiva, não há risco de prejuízo para o comprador.

Ele afirma que, apesar da menor alta dos imóveis neste começo de ano, haverá obras públicas de remanejamento urbano — como o Novo Plano Diretor — que causarão uma nova valorização imobiliária.

— Hoje estamos num momento de estabilização, o que dá impressão que o imóvel cairá de valor, pois há mais oferta que demanda ocasionada pelo reflexo da economia e política atual. Porém, a médio e longo prazo, não existe perda ou risco para o investidor de imóvel.

Glauco comenta que a inflação mais alta neste ano de “estabilização” deve ser levada em conta na valorização desacelerada dos imóveis.

Em relação à variação de preços, ele afirma que haverá um aumento pouco acima da inflação.
— De forma alguma haverá uma queda nos preços neste ano, o que ocorrerá é um crescimento anual acima da inflação, apesar dos resultados negativos no início deste ano.

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