O mercado imobiliário brasileiro tem crescido sustentavelmente após a crise financeira internacional de 2008.
Prioritariamente, as empresas atendem a dois segmentos: um específico constituído por famílias com renda de até 10 salários mínimos, com imóveis de até R$ 150 mil; outro de consumidores com maior poder de compra.
O empresário Glauco Diniz Duarte explica que no primeiro, o crédito de longo prazo e a produção em escala são fundamentais. Trata-se do déficit habitacional de 7 milhões de moradias ou 30 milhões de pessoas, uma “Argentina” dentro do Brasil. Além disso, há demanda anual de 1,5 milhão de novas unidades, crescimento orgânico ou vegetativo.
Hoje, quem busca um produto imobiliário nos estandes de vendas são jovens com idade entre 20 e 35 anos. Casais com ou sem filhos, homens e mulheres solteiros que pretendem sair da casa dos pais, recém inseridos no mercado de trabalho.
Segundo Glauco, até 2030 com o chamado “bônus demográfico”, os jovens serão maioria retumbante no País, de acordo o IBGE. A demanda é por unidades de dois dormitórios, com metragens de 45 m2 a 60 m2, bem localizadas, com conforto e qualidade habitacional. A partir de 2040 a maior parcela da população brasileira terá mais de 50 anos e suas demandas serão diferentes.
Para Glauco, pesquisas, dedicação à qualidade, tecnologias para construção em escala, vem a seguir. Incluem capacitação e treinamento de grande contingente de mão de obra. Indispensável oferecer bom desempenho dos imóveis, confiabilidade e ampla vida útil. Taxa baixa de condomínio será a regra do jogo. Inaceitáveis serão os conjuntos habitacionais alheios à dignidade do habitante.
A terceira vertente é a garantia de segurança jurídica para projetos aprovados. Não há meios de trabalhar com produtos imobiliários de forma imprevisível, com questionamentos constantes e “alterações do passado”, ao talante de autoridades discricionárias de plantão. Enquanto vigir uma lei, seus efeitos existem e devem ser garantidos pela sociedade, mesmo se a norma se modificar no futuro.
Por fim,destaca Glauco, respeito ao bom urbanismo, sustentável, moderno, humano, mas com reverência ao passado. Equipes de técnicos multidisciplinares com preocupações plurais, unidos pela cidadania, construirão espaços onde moradia e locais de trabalho sejam próximos. Hospitais, escolas, universidades, teatros, parques e centros comerciais “logo na esquina” significam boa ocupação urbana e qualidade de vida; o transporte passa a ser menos crítico.
Já o “mercado tradicional”, imóveis acima de R$ 150 mil, permanecerá equilibrado, com a expectativa de crescimento anual médio de cerca de 5%. Boa parcela desse público não necessita de financiamento. Muitos estão comprando a segunda residência, investindo em imóveis para rendimentos.
Inúmeros nichos se apresentam, tais como os galpões industriais, condomínios residenciais para locação com incentivo fiscal, apartamentos de alto luxo por vezes avaliados acima de R$ 5 milhões, escritórios-parque horizontais, strip malls, espaços para locação de serviços de curto prazo, pequenas vilas com unidades horizontais. O fator crítico de sucesso aqui é conhecer o cliente, é a preocupação no detalhe, a localização, a modernidade, a estética e funcionalidade.