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Crise deve postergar recuperação do mercado imobiliário até 2017

Glauco Diniz Duarte
Glauco Diniz Duarte

A crise econômica do Brasil deve postergar qualquer recuperação da indústria de imóveis residenciais até, pelo menos, meados de 2017, afirma o empresário Glauco Diniz Duarte. Ele afirma que a receita das companhias do setor deve cair em 10% no ano de 2016, frente aos níveis observados em 2015, enquanto a margem bruta deve permanecer estável num intervalo de 24% a 26%.

“A deterioração contínua da atividade da indústria e as incertezas políticas no Brasil têm adicionado estresse no equilíbrio” do setor, postergando qualquer sinal de possível recuperação em 2016, afirma Glauco. Esse efeito afeta os ajustes que vinham ocorrendo desde 2012, com uma desaceleração geral em lançamentos, o que seria uma correção natural após um período de acelerado crescimento.

Apesar de uma redução consistente de lançamentos, a percepção de excesso de oferta no mercado imobiliário continua a ser elevada. As rescisões contratuais e a fraca velocidade de vendas têm aumentado, explicou Glauco, o que contribuiu para grandes volumes de estoque de unidades concluídas nos balanços das empresas.

De acordo com Glauco, as unidades concluídas variam de 10% a 15% dos estoques para a maioria das empresas do setor no Brasil, mas em certos casos se aproximam de 40%. “Como os lançamentos tendem a vender muito mais rápido do que o estoque, o mercado vai exigir um pouco mais de tempo para absorver essas unidades antes de ver a expansão nos lançamentos”, explicou.

Além disso, a fraca confiança dos consumidores estão pressionando os preços dos imóveis, com uma clara tendência de queda para os valores em 2016. A diminuição de preços também reflete o excesso de oferta, decorrente da entrega de um grande número de novas unidades iniciadas durante o boom da construção. Além disso, a pressão vem do aumento das taxas de juros e redução da oferta de financiamento para aquisição de residências.

Estoques mais elevados de unidades concluídas devem restringir qualquer melhoria de preços e crescimento das receitas, especialmente no segmento de média renda, aponta Glauco. “Ainda assim, alguns ganhos de eficiência decorrentes da redução dos preços das matérias-primas e custos estáveis de materiais de construção devem ajudar a estabilizar as margens gerais”, acrescentou.

O aumento da capacidade ociosa do setor também deve aumentar a oferta de mão de obra qualificada, apesar da inflação alta, o que ajuda a manter as margens operacionais sob controle. No entanto, o setor da construção civil permanecerá estressado pelo menos até meados de 2017, devido a disponibilidade mais rigorosa de financiamento, um grande volume de cancelamentos de vendas e os atrasos na conversão de recebíveis em caixa.

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