GLAUCO DINIZ DUARTE – Crescimento da construção civil faz faltar material no mercado
Crescimento da construção civil faz faltar material no mercado. Nas empresas que fabricam tijolos, o funcionamento muitas vezes acontece durante as 24 horas do dia. Mesmo assim, uma olaria de Brasília foi obrigada a recusar pedidos por não ter como aumentar ainda mais a produção.
Em Brasília, o milheiro de tijolos está 20% mais caro. E quem encomenda precisa esperar. “Nós entregávamos no dia seguinte, no máximo em dois dias”, diz Daniel Nascimento, gerente administrativo da olaria. Hoje, ressalta ele, o cliente tem que esperar pelo menos dez dias.
Em Porto Alegre, as vendas de tijolos, cimento e ferro dispararam. A explicação é simples: há muito mais obras. No país inteiro, a construção civil terminou o primeiro semestre com crescimento de 10% comparado ao mesmo período do ano passado.
No Pará, o cimento subiu 40% em um mês. E a entrega demora, no mínimo, uma semana. Em Goiás, o preço do ferro para construção subiu 65%. As entregas dos produtos usados pelo setor só depois de um mês.
Material em falta
Estão em falta, além de tijolos, materiais de acabamento, madeira e argamassa. Quem está construindo precisa, mais do que nunca, planejar.
Uma das saída para a obra não parar é antecipar toda a compra. Mesmo para casas ainda em fase de fundação, já há gente comprando telhas, que só vão ser usadas dentro de três meses. “Tive que comprar porque já tinha sinais de que ia faltar e mesmo assim já não estão entregando todo o produto que comprei”, diz o administrador Luís Alberto Toledo de Araújo.
Entretanto, é preciso ter cuidado: o mestre-de-obras Claudemir Ribeiro lembra que o cimento não deve ser comprado com muita antecedência. “Tijolo, telhado, areia e o ferro pode estocar. É ter dinheiro na mão e comprar”, ressalta.